Ir é o melhor remédio

É tudo tão perto mas tão longe, cheguei há 2 meses a Portugal e entrei logo em ritmo de trabalho. Desde Agosto que andava a saltar de país em país e até posso dizer de continente em continente, África, Europa e América do Norte. Regressei à base e não vou mentir soube tão bem, engordar alguns kilos que deixei pelo caminho, rever e viver os amigos, estar em família e estar em casa. Porém há um bicho constante que não me deixa querer parar de desvendar e em 2 meses “parada” já só sentia vontade de me aventurar de novo e decidi vir. 

Ir é o melhor remédio.

2 semanas é o tempo que preciso para mais uma vez sentir esta adrenalina esta aventura, este auto-conhecimento. 

Fiz a mala e vim. 

Ontem dormi em casa da Maria na margem sul,  ia-me dar boleia no dia a seguir para a estação de serviço de Palmela. 


E assim foi, eram 11 e picos e já estava de cartaz na mão, “Algarve” podia-se ler.  Foram 10 minutos e apareceu o Sr. Vítor e a Dona Angelina.

“Para que zona do Algarve vais?”

“Tanto me faz, o meu destino final é Marrocos.”

“Vamos para Vilamoura”

Arranca. 

Antes de pôr a mochila no porta-bagagem o Sr Vítor com um ar meio a sério meio a brincar pergunta-me

“O que leva aí dentro desse saco? Desculpa-me a pergunta mas há que precaver”

Ri-me. 

“Não se preocupe nada de material ilegal nem drogas, apenas comida e roupa”

Quebrámos logo ali o gelo. 

Conversa puxa conversa e já me sentia em “casa”. 

Parámos a meio caminho para almoçar. No final o Sr. Vítor não me deixou pagar. 

“Quando fores mais velha pagas a quem estiveres a dar boleia”

Assim o farei. 

Não tinha planos de onde dormir hoje, ia acampar algures, até que os planos surgiram.

“Se quiseres podes passar a noite lá em casa, temos um apartamento mesmo em cima da marina de Vilamoura e temos mais que espaço”

Como assim? Que pessoas incríveis, já me estavam a dar boleia, almoço e agora casa? 

Obrigada, obrigada.

Temos que ser uns para os outros.

E agora aqui estou eu, na praia a escrever-te, a escrever-vos para que me acompanhem nesta aventura tão minha mas que em parte é vossa ao mesmo tempo. Quero mostrar que para viajar não é preciso mundos e fundos, basta espírito, disponibilidade, uma pitada de coragem e coração aberto. 


Sempre com precaução claro.

O mundo é lindo e está repleto de pessoas lindas, temos que saber encontrá-las ou simplesmente elas encontram-nos.

Sabem, o difícil é partir, dar o primeiro passo, depois tudo se torna mais fácil basta confiar nos nossos instintos, no coração e que o que nos espera vai valer a pena. 

Por agora estou a jantar em Almancil, até amanhã .


19.04.17

Marta Durán 

Escrita de um Domingo chuvoso

“O Tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o Tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo, tempo tem.”

O regresso já se vê longínquo, já perdi a conta dos dias, penso que aquando a entrada numa vida rotineira os dias passam mais rápido.

E num estalar de dedos já se passou 1 mês e uns dias, foi um regresso inesperado. Há decisões que temos que tomar na vida antes que seja tarde demais, as coisas nos Estados Unidos não correram como planeado.  Pintei uma ideia diferente, idealizava uma vida diferente talvez tal como toda a gente fui enganada pelos filmes de Hollywood, pelas series ou mesmo pelo passa a palavra.

A verdade é que cada experiência é vivida de forma diferente e eu após quase 2 meses decidi antecipar o voo porque não me sentia em casa e não me identificava com o ambiente em redor. Optei por fazer uma mini viagem ao Canadá como partilhei no blog e conheci pessoas fantásticas e quando há sítios assim onde te identificas a esperança renasce mas estava na altura de voltar.

Nesta passagem pelos Estados Unidos só posso agradecer o apoio constante da Sandra e do Carlos que foram a minha família durante o curto espaço de tempo que lá estive, receberam-me como uma filha e não há palavras para agradecer o que fizeram por mim.

A vida é feita de decisões difíceis de tomar mas por vezes temos que saber pensar no que será melhor para nós e eu sentia que voltar era o que me iria preencher da maneira que precisava, mas era uma luta mental devido ao investimento já feito.

O pensamento foi o dinheiro vai e volta a minha vida não e muito menos o meu bem-estar.

E cá estou eu, feliz com a minha decisão.

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Na semana a seguir ao meu regresso comecei logo a trabalhar nos tuk tuk onde já trabalhava antes de partir em viagem. Estou em fase de angariação de fundos, gosto de trabalhar em Lisboa e com turistas. Vim com um pensamento de os fazer sentir em casa e trata-los como eu fui tratada. Enquanto trabalho no turismo consigo constantemente falar sobre viagem, sobre as minhas viagens e de certa forma viajar através dos meus clientes que vêm de todos os lados do mundo, viajo através do olhar deles sobre a vida e sobre as opiniões que muitas vezes diferem das minhas.

Tenho planos, demasiados. Muitas ideias que de momento não estou a conseguir fazer acontecer mas é um processo, já queria ter escrito há mais tempo mas a coragem de publicar este regresso estava distante. Quero manter este blog e a página do facebook com tempo tornar numa coisa mais assídua mesmo não estando em viagem e tentar sempre transmitir alguns valores e a minha visão sobre a vida e sobre as viagens.

Por agora encontram-me em Lisboa.

26.03.2017

Marta Durán

Apaixonante Toronto

Não podia deixar de escrever sobre Toronto visto que fui recebida de braços abertos por toda a gente, principalmente pela Dulce e pelo Bob.

A Dulce é uma amiga já de alguns anos, fizemos voluntariado juntas na Amiama (Associação de animais abandonados), eu sabia que ela tinha emigrado para o Canada e que estava em Toronto não hesitei em pedir abrigo para passar uns bons dias na sua companhia e da Goldinha a cadelinha adotada na Amiama.

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Toronto foi a minha última paragem no Canadá e não podia ter corrido melhor, senti-me em casa, as pessoas são extremamente simpáticas e sorridentes! Um ”Olá, boa tarde como está? … Tenha um bom dia” estava sempre presente, e não é tão bom ouvir isto? Cá eu adorei! É uma cidade muito fria mas as pessoas são calorosas! Tive imensa sorte no tempo, o mínimo que apanhei foi -11 graus e o máximo 10 graus, já andava quase de T-Shirt.

Palmilhei a cidade com a Dulce que fez de guia turística, desde a zona financeira até à zona mais artística, é uma cidade que tem um pouco de tudo e imaginava-me totalmente a viver ali.

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Entretanto acho que saí a rebolar daqui, porque ”Tens que exprimentar isto aquilo e o outro” e na verdade acho que provei tudo menos o putine! Tudo delicioso ora vejam:

Ir ao Canadá e não ir comer um donut ao Tim Horton’s não é ir ao Canadá. Lá fui eu!

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Beavertails (sim cauda de castor)! Era esta bomba calórica, não faz mal porque depois andei por volta de 10 km!

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Um mega brunch, ovos benedict com salmão fumado e fruta!

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Não tenho palavras para agradecer esta passagem por Toronto, conheci pessoas incriveis e foi sem dúvida enriquecedor e fiquei de coração chei0. Histórias que marcam vidas…

Obrigada Dulce e continua a ter essa garra apaixonante e essa força que invejo e orgulho-me.

Obrigada Bob por me teres recebido como parte da família e estares disponível para partilhar a sabedoria e o amor pela cidade e pela história.

Vêmo-nos daqui a umas semanas é isso Dulce? A partir de agora será sempre semanas.

Continuem felizes ao lado da Goldinha.

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25.02.2017

Marta Durán

Niagara Falls, Ontario

Eram por volta das 19h25 quando parti de Newark em direção ao Canadá. Cheguei a Niagara pelas 8h da manhã do dia seguinte, foram 13 longas horas de autocarro com uma avaria e poucas horas de sono.

Passei a fronteira com um sorriso na cara, mais um país e quem diria que viria ao Canadá, visto que Portugal tem boas relações nem visto é preciso!

Cheguei à estação e 10 minutos depois aparece o Bob num táxi para me vir buscar, reconheci-o logo das fotografias, cumprimentamo-nos com um abraço.

Antes de escrever sobre a minha estadia aqui em Niagara vou falar-vos do Bob o meu hostsurfer, mandei-lhe uma mensagem para vir conhecer esta zona, se na Europa eu digo que os hosteis são caros aqui, nem hosteis existem e a estadia sai demasiado cara. O Bob primeiro disse que não podia, eu insisti disse que gostava imenso de conhecer esta zona e que provavelmente não iria ter oportunidade, ele mudou uns planos e aceitou-me.

Tem 65 anos e vive sozinho num edifício para reformados, paga uma renda reduzida com água, gás e electricidade incluída.  Trabalhou desde os 16 e já fez um pouco de tudo, desde carpinteiro até ao ”faz tudo” conhece esta área como ninguém e já perdeu a conta de quantas vezes foi até ás cascatas, porém diz que cada vez que vai observa algo diferente.

Fala pelos cotovelos, isto deve-se ao facto de se sentir sozinho por vezes daí receber pessoas. Gosta de escrever emails através de uma plataforma chamada penfriends e fala maioritariamente com Japonesas, e muitas delas vêm visita-lo. Sempre com um sorriso na cara e com bom humor. Fala como um Canadiano e termina as frases em eh. Já me ensinou. Foi um prazer conhecer este senhor que me recebeu de braços abertos, cozinhou que nem um master chef e não me deixou gastar 1 cent.

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homemade pizza e salada

O Domingo foi passado em casa, estava demasiado cansada para sair, as poucas horas de sono deixaram-me morta! Fui surpreendida ao jantar com uma bela truta e salada, mas que cozinheiro que o Bob me saiu.

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Na segunda lá fomos nós até às Cataratas, estava muito entusiasmada acho que desde sempre ouvi falar das Niagara Falls mas na verdade nunca pensei vir aqui…

Não há palavras para descrever a imensidão e a força da água a cair… estava imenso frio mas eu estava tão boquiaberta que não sentia nada, não queria sair dali por nada. O ambiente em redor, o som da água, a neve… e estava pouca gente o que tornou o momento ainda melhor. Só visto… não há palavras nem imagens que possam mostrar a imensidão das cataratas porém deixo-vos aqui com uma boa ideia.

Para perceberem melhor existem 2 cataratas as Americas e as Canadianas.

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À esquerda as Americanas, À direita Canadianas

As maiores são as Canadianas.. e de facto as mais ”estrondosas” ora vejam:

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E depois das Cataratas fomos dar um passeio pela cidade que é considerada uma mini Las Vegas.

 

Para acabar em grande esta estadia o casal amigo do Bob, a Toni e o marido também Bob convidaram-nos para um jantar de S. Valentim. E porque não?

Foi incrível, receberam-me como se fosse uma amiga de longa data e não conseguimos parar de falar, sobre política, viagens, amor, amizade de tudo! O jantar estava óptimo que repeti o prato! Pasta com seafood e para sobremesa morangos com chocolate e ainda bolo!! Saí a rebolar daquela casa.

O Canadá está a surpreender-me de uma maneira que nunca pensei, há países que te abraçam e te acolhem este está a ser uma surpresa agradável!

Obrigada a esta família que tornou este dia muito especial e provou que o amor mais uma vez está em tudo na vida.

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Couchsurfing é sem dúvida ter amigos pelo mundo fora e posteriormente criar uma pequena família.  Viajar torna-nos contadores de histórias e conhecedores do mundo, de pessoas e culturas . Hoje sem dúvida agradeço pela sorte que tenho em conhecer estes cantos do mundo e estar rodeada de pessoas que querem o meu bem. Sozinha ou acompanhada quero continuar a desbravar terras, países e continentes.  Saio de Niagara Falls com o coração cheio e um sorriso no rosto.

Thank you eh!

Pretty neat eh! Diria o Bob.

14.02.2017

Marta Durán

Washington Dc

Fiz a mala e vim, fiquei em casa do Kengo (couchsurfing) que me recebeu de braços abertos na sua casa partilhada com a Bonnie e a gata Clyde. O Kengo esteve 3 anos na Namibia a fazer voluntariado. Diz que foram os melhores anos da vida dele aprendeu a falar alguns dialectos, a cozinhar com pouco e diz que deixou o coração em África e disso já é uma coisa que temos em comum. É meio Americano e meio Japonês, os pais são Japoneses mas ele nasceu cá.

Neste momento está a trabalhar em Dc numa firma de advocacia do ambiente ( não percebi bem o que fazia), a verdade é que trabalha demasiado… Os Americanos têm um grande ritmo de trabalho, trabalham horas a fio tem 30 minutos de almoço ( e é se têm) e só podem gozar de 17 dias de férias por ano (depende da empresa). Tive pena do Kengo e disse-lhe logo que aquilo não era vida.

O meu host Kengo

Washington é provavelmente dos sítios mais falados hoje em dia, pois é onde tudo está a acontecer neste momento, não se fala noutra coisa senão o presidente Trump. Bem não foi por isso que vim óbvio, porém devo confessar que foi interessante ver alguns protestos.

Tive a sorte de estar um tempo bestial percorri a cidade toda a pé! Fui a alguns museus e para minha sorte eram todos grátis!!! Se não fossem teria de pensar 2 vezes antes de entrar…

Esta escapadela deu para arejar a cabeça e tomar algumas decisões.

Tive a oportunidade de rever uma amiga de Macau que foi brutal!!!! Há coisas incríveis de Macau para Washington… fiquei tão feliz quando a vi, ainda por cima foi uma ajuda preciosa durante a minha estadia por lá.

Agora de volta a ”casa” e pronta para outra saída 🙂

10.02.2017

Marta Durán

Somos capazes de viajar sozinhas.

És tão corajosa. Se fosses homem diria que tens t****, eu não era capaz de o fazer.

Nem eu sabia que era capaz, até ir.

Andar à boleia não é fácil e depende da confiança que depositas em ti mesma. Há diversos factores, o país e o dia se estás num dia sim ou dia não. Mas vou sempre, mesmo estando ‘’borrada’’ por dentro. Do lado de fora sou corajosa, sempre. É a capa constante. Corajosa, parva e está sempre tudo bem. Toda a gente tem uma capa. Não é? Sejamos verdadeiros ao menos para as pessoas que nos rodeiam, que nos amam essas é que nunca te julgaram. E acima de tudo merecem o teu verdadeiro eu.

Sinto-me uma mulher determinada e adoro andar à boleia. Andar à boleia sozinha torna-me mais forte mentalmente, não apenas corajosa, há situações que realmente me assustam e já me aconteceu, cheguei a casa naquele dia e chorei que nem um bebé, sozinha. Mas são estas situações que me tornam mais forte ao longo do caminho, e apercebo-me também que nem tudo são rosas.

Sou confiante, confio em mim, sou forte. Também acredito que pensamentos bons trazem coisas boas. E que depois da tempestade vem a bonança.

Porque é que estou sozinha? Onde é que está o teu namorado/a? O teu/tua amigo/a?

Quantas vezes me perguntaram isto. Inúmeras.

Mas eu preciso de alguém para respirar? Eu nunca estou sozinha na verdade. Em viagem tenho os condutores, na rua os locais que vêm falar comigo, pela noite estou no couchsurfing ou num hostel. Lá de vez em quando bate aquele sentimento de solidão e aquelas questões do que faço aqui? Para quê andar desta forma? Quero voltar. Tenho saudades. Mas depois volto a mim.

Viajar sozinha dá-nos a liberdade de escolher o caminho, fazer o que bem me apetecer sem dar explicações a ninguém. Ser totalmente livre. Arrecadar com as consequências e com as coisas boas sem culpar ninguém. Sou eu e apenas eu.
Como estou sozinha, há constantemente a vontade das pessoas me alimentarem. Eu aceito, óbvio. Oferecem tudo o que têm no carro. E a constante pergunta se preciso de alguma coisa. Chegam a oferecer dinheiro e até mesmo casa para ficar. É incrível e destas coisas acontecem mais se estou sozinha.

Viajar a dois?

Pode ser incrível depende de com quem viajas. Unha com carne funciona bem. A mim funcionou. E a melhor viagem que fiz até hoje foi a dois, a duas neste caso.

Tudo se resume a seres verdadeiro, ao saber ouvir e acima de tudo confiar.

Afinal de contas pergunto-me, pergunto-vos.

Estou viva?

Estás viva?

Penso que raio de pergunta. Sim estou, respiro, vejo e sinto.

Mas pensa bem lá no fundo, sentes-te viva?O que realmente importa na vida? O que faz com que todos os dias te levantes da cama?

Questiona-te profundamente sobre o que será mais importante na tua vida. Qualidade ou quantidade?

Tenho a minha resposta definida. Qualidade. Tudo o que é vivido intensamente, com riscos. Tudo o que olhas para trás e deixa saudade. Quer dizer que foi real. Foi vivido. Mas agora não olhes para trás. Cria novas memórias, novas experiências qualitativas enquanto o tempo te permitir.

Nesta fase olho para a minha vida como um livro, onde ando constantemente a fechar capítulos e abrir novos, se tiver saudades relei-o, se me esquecer, recordo, acima de tudo não repetir os mesmos erros. Cada dia que passa escrevemos uma página nova neste livro da vida tão vasto, sem saber o final e não vale fazer batota e passar as páginas sem as ler, sem as viver. Não tenhas pressa. Não tenho pressa.

Cada fase a seu tempo.

Hoje, aqui sozinha no quarto, num quarto recente onde nem as próprias paredes ainda me conhecem desabafo, e escrevo com esperança para o futuro. Um futuro onde acima de tudo me manterei fiel a mim mesma, verdadeira. Nada mais importa senão a verdade perante o eu e para com os outros que me rodeiam e merecem saber a verdadeira Marta.

Marta Durán

21/01/2017

 

Atiro-me de cabeça

Vou, vou sempre e sem pensar. Vá, penso mas pouco.

Atiro-me de cabeça e se assim não fosse não teria piada.

Medo? Não, medo p’ra quê?  O medo não me assiste já dizia o outro.

E a verdade é que a mim não me assiste. Quem não arrisca não petisca e quem arrisca demasiado às vezes também se lixa. Mas vale sempre a pena tentar, o não é garantido.

O medo é psicológico, o medo está entranhado desde o primeiro segundo de vida. O medo está na sociedade, na cabeça, nesta caixa interna a que se dá o nome de cérebro. Tem cuidado.

Eu tenho. Juro que tenho. E tenho cabeça. Às vezes.

Obrigada Capicua.

 

Cá estou. Sem pensar. Vá penso um pouco.

Objectivos?

Ganhar dinheiro para futuras viagens;

Viver na América;

Conhecer outras culturas;

Procurar ser feliz; ??? Sim, esta está sempre presente. A felicidade é uma busca constante.

Já fez 1 semana que cheguei, trabalho ainda nem vê-lo mas não se pode ter tudo num estalar de dedos. Tenho procurado e estou confiante que em breve vai aparecer.

No entanto, já tive oportunidade de andar por Nova Iorque sozinha a absorver toda a mística criada pelos filmes e sabem, é tal e qual. O fumo sai mesmo pelas tampas de esgoto, as pessoas vestem-se como querem, há bonecos pelas ruas, a Times Square é grandiosa, as pessoas andam com os copos de café do Starbucks na mão, há táxis sem conta e os condutores são indianos e outras tantas coisas que ainda estou para descobrir.

Onde estou a viver, bem aqui é uma mistura de Portugueses, Hispanos, Brasileiros e poucos Americanos. A rua principal é Portuguesa, as lojas são portuguesas, o café é português e na rua ouve-se português, espanhol e um inglês de guetto. Aqui não vou sentir falta de um cafézinho com pastel de nata.

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No outro dia fui correr para conhecer o bairro e senti-me uma verdadeira ”nigga” a viver num filme americano. Porque de facto haviam pretos encostados a fumar ganzas e de pé encostado à parede e haviam outros tantos a jogar basquetebol. Achava que estava dentro de um ecrã naquele momento.

Continuei a correr e a sorrir para dentro. Talvez estivesse mesmo com cara de parva.

Estas foram as primeiras impressões! Vamos lá ver como vai correr a 2ª semana!img_0126fullsizerender

Marta Durán

22.01.2017

Lisboa-Newark

É uma sensação estranha estar de novo num avião sozinha, desta vez o tempo demora mais a passar, afinal são 8h de viagem. E é incrível em como num dia estás no outro lado do mundo, num outro continente.

Vamos ser sinceros, afinal a América não é assim tão longe.

Acho que ainda não me mentalizei que por aqui vou ficar 3 meses, apenas vim. Mas tenho um feeling que tudo irá correr bem.

Nada me assusta, a verdade é que insisto em procurar a minha felicidade, e faço tudo por isso. Gosto de ser feliz, gosto de ver os outros felizes e quando são os meus  ”amados” ainda melhor. Quem não gosta?

Acho que em parte a vida é isso, uma busca continua pela felicidade, aqueles que se atrevem a lutar por ela, a conquistá-la são super-heróis.

Já no outro dia falava com um amigo, há uma enorme vontade de salvar o mundo, salvar a vida humana, eu própria a tenho. Mas primeiro temos que nos salvar a nós próprios, uma luta diária, mas se nos salvarmos a missão está cumprida e dessa forma mudarás vidas e o desejo de ”mudar o mundo” está mais perto. Basta começarmos por nós próprios.

Com o tio Carlos e a tia Sandra que me receberam como familia.

Lá cheguei a Newark.

E já me tinham avisado, que ia ser parada na fronteira porque vou ficar 3 meses. Bem dito bem feito.

Ia toda sorridente mas não valeu de nada!

Entrei na sala era eu uns 20 chineses, 10 mexicanos e uns tantos russos. Senti-me uma traficante de droga ou uma emigrante ilegal. Começou logo o meu filme, os polícias tal e qual como na televisão. Lá esperei 1h e tal até que me chamaram e fizeram as perguntas às quais já tinha resposta para tudo.

Primeira vez na América?

O que vens cá fazer?

Onde vais ficar?

Quanto dinheiro trazes? (como se tivessem muito a ver com isso)

Depois lá me deixaram ir!

Yeayyyy CHEGUEI!!!!

14.01.2016

Marta Durán

Até já.

1 dia. Parece que andei a fazer a contagem decrescente esta semana para partir. Aproveitei a semana o melhor que pude. Passeei pelos cantos favoritos da minha cidade, comi todos os deliciosos bolos da Confeitaria Nacional, estive com todos os meus amigos e apercebo-me a sorte que tenho por os ter na minha vida, com a mãe e com a mana.

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Já estou habituada a partir, mas também é ritual 2 dias antes ficar ansiosa e andar às voltas na cama até adormecer. A mala está aberta, ainda vazia, amanhã faço as malas. Tudo para a última. Sim esta sou eu. E vou-me esquecer de metade das coisas. Não faz mal.

Há 3 meses desabafava que ia embora, bem fui e voltei. E vou de novo. Desta vez para mais longe, outro continente, América, mas com mais planos. Estarei 3 meses, mais não posso porque se não o Trump expulsa-me de imediato.

O que vou fazer?

Bem, na verdade não sei bem. Ganhar uns trocos. Ganhar experiência. Viver o American Dream? Ah ah ah.

Lembro-me que tinha o sonho de ir a Nova Iorque, sair do avião a ouvir Alicia Keys ‘’Impire State of Mind’’, o sonho foi desaparecendo deixei de me interessar por esta cidade, apenas curiosidade. Fascina-me outro tipo de paisagens. Quem me dissesse que em Janeiro de 2017 estaria a pisar a cidade que nunca dorme, não acreditaria. Oportunidades. Aceito.

Amanhã é dia de Até já’s, de fazer malas, de abraços e de correrias. Eu vou, mas volto, volto sempre.

Darei novidades em breve, provavelmente já em terras Americanas.

Obrigada a todos que me acompanham nestas aventuras, chegar e ver que ‘’viveram’’ isto comigo foi, de certa forma especial.

Até já.

Marta Durán

11.01.17

1 week to go

 

E lá vou eu…. eu bem disse que em breve haveriam novidades!

Sexta-feira 13, mas de azar nada tem.

Está na hora de ir, mais uma vez. 

Foram 4 semanas em casa de afazeres e desafazeres.

E agora falo-vos de oportunidades que aparecem, por pessoas certas, na hora certa e no sítio certo.

A cidade que nunca dorme, diz-vos alguma coisa?

Claro que diz. Não é para aí que vou mas para bem perto.

No meio de 7 bilhões de habitantes neste planeta terra há por aí muitos malfeitores, se há. Mas por outro lado, também há pessoas incríveis que insistem em aparecer e felizmente estes apareceram na minha vida.

Foi uma oportunidade que me foi dada, e oportunidades destas não se podem deixar escapar, verdade?  Quantas vezes já pensaram e se …. não quero ter esses e se… na minha vida.

Vão ser mais 3 meses… e pouco mais sei, poucas expectativas.

O Trump que se prepare para a minha chegada!

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Hoje tirei o dia para mim. E sabe tão bem o silêncio dos meus pensamentos.

Estou pronta, mais uma volta mais uma viagem! 

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06/01/2017

Marta Durán