Adeus Portugal, Olá Suíça!

Já parti há uma semana e dois dias mas sinceramente ainda não tinha tido a coragem de escrever.  Quer dizer desabafei com o meu diário vezes sem conta, mas partilhar com o ”mundo” isto que estou a viver é difícil, e estava a viver um egoísmo saudável de não querer partilhar estas vivências, agora que assentei aqui vai o relato do inicio da minha aventura.

Bem se é para começar uma aventura que seja ”à séria”

Despedidas no aeroporto, algo a que já estou habituada, mas, por mais que nos últimos tempos as despedidas tenham sido recorrentes desta vez foi diferente, não sei quando volto, como volto e se volto?!

Virei as costas, as escadas rolantes levaram-me, pela primeira vez estava sozinha.

1,2,3 RESPIRA E NÃO PIRA (pensava eu)

Sentei-me no chão, à espera do avião que por ventura estava atrasado, a minha mala estava bem recheada e eu já tinha a ideia que não me iam deixar ir com ela como ”mala de mão” bem dito bem feito.

-”A menina não sabe as medidas da mala de mão” – diz o senhor

-” Eu? sim, sei a minha não dá? É que nunca tive problemas anteriormente”- dizia eu com ar de inocente

”Também já sabia que me ia dizer isso, a mala vai ter que ir para o porão”- responde

”Ahhh, a sério? mas tenho que pagar(era a minha única preocupação)?”- questiono com ar de mega preocupada

”Não, mas devia”-responde com ar de mau

Fiuuu lá me safei!

Fiquei no final do avião, ao lado de duas senhoras, a Maria nacionalidade Moldava e a Rosa emigrante na Suíça.

Iniciei a conversa antes do avião descolar, desde que apanhei um susto em Macau tenho que me distrair ao longo do voo não é que tenha medo, mas prefiro estar entretida. Perguntei qual seria a maneira mais barata de ir até Lausanne, quando Maria diz que vai para lá e que me poderia dar boleia porque a filha a ia buscar. ACEITO. Obviamente acabei de poupar neste momento 20€.

O voo passou num instante conversa puxa conversa e as mulheres quando começam a falar já se sabe que não se calam! Bela companhia.

Cheguei! Tínhamos a Olga (filha de Maria) e o seu noivo à nossa espera. Já no carro conversámos sobre literatura aquando a Olga me diz que está a ler o Alquimista, último livro que eu lera antes desta viagem… há coincidências incríveis!

Deixara-me na gare e seguiram o seu rumo, ainda me deram os contactos caso tivesse alguma emergência.

Um mote a reter: ”Quem tem boca vai a Roma” 

20/10/2016

Marta Durán