És tão corajosa. Se fosses homem diria que tens t****, eu não era capaz de o fazer.
Nem eu sabia que era capaz, até ir.
Andar à boleia não é fácil e depende da confiança que depositas em ti mesma. Há diversos factores, o país e o dia se estás num dia sim ou dia não. Mas vou sempre, mesmo estando ‘’borrada’’ por dentro. Do lado de fora sou corajosa, sempre. É a capa constante. Corajosa, parva e está sempre tudo bem. Toda a gente tem uma capa. Não é? Sejamos verdadeiros ao menos para as pessoas que nos rodeiam, que nos amam essas é que nunca te julgaram. E acima de tudo merecem o teu verdadeiro eu.
Sinto-me uma mulher determinada e adoro andar à boleia. Andar à boleia sozinha torna-me mais forte mentalmente, não apenas corajosa, há situações que realmente me assustam e já me aconteceu, cheguei a casa naquele dia e chorei que nem um bebé, sozinha. Mas são estas situações que me tornam mais forte ao longo do caminho, e apercebo-me também que nem tudo são rosas.
Sou confiante, confio em mim, sou forte. Também acredito que pensamentos bons trazem coisas boas. E que depois da tempestade vem a bonança.
Porque é que estou sozinha? Onde é que está o teu namorado/a? O teu/tua amigo/a?
Quantas vezes me perguntaram isto. Inúmeras.
Mas eu preciso de alguém para respirar? Eu nunca estou sozinha na verdade. Em viagem tenho os condutores, na rua os locais que vêm falar comigo, pela noite estou no couchsurfing ou num hostel. Lá de vez em quando bate aquele sentimento de solidão e aquelas questões do que faço aqui? Para quê andar desta forma? Quero voltar. Tenho saudades. Mas depois volto a mim.
Viajar sozinha dá-nos a liberdade de escolher o caminho, fazer o que bem me apetecer sem dar explicações a ninguém. Ser totalmente livre. Arrecadar com as consequências e com as coisas boas sem culpar ninguém. Sou eu e apenas eu.
Como estou sozinha, há constantemente a vontade das pessoas me alimentarem. Eu aceito, óbvio. Oferecem tudo o que têm no carro. E a constante pergunta se preciso de alguma coisa. Chegam a oferecer dinheiro e até mesmo casa para ficar. É incrível e destas coisas acontecem mais se estou sozinha.
Viajar a dois?
Pode ser incrível depende de com quem viajas. Unha com carne funciona bem. A mim funcionou. E a melhor viagem que fiz até hoje foi a dois, a duas neste caso.
Tudo se resume a seres verdadeiro, ao saber ouvir e acima de tudo confiar.
Afinal de contas pergunto-me, pergunto-vos.
Estou viva?
Estás viva?
Penso que raio de pergunta. Sim estou, respiro, vejo e sinto.
Mas pensa bem lá no fundo, sentes-te viva?O que realmente importa na vida? O que faz com que todos os dias te levantes da cama?
Questiona-te profundamente sobre o que será mais importante na tua vida. Qualidade ou quantidade?
Tenho a minha resposta definida. Qualidade. Tudo o que é vivido intensamente, com riscos. Tudo o que olhas para trás e deixa saudade. Quer dizer que foi real. Foi vivido. Mas agora não olhes para trás. Cria novas memórias, novas experiências qualitativas enquanto o tempo te permitir.
Nesta fase olho para a minha vida como um livro, onde ando constantemente a fechar capítulos e abrir novos, se tiver saudades relei-o, se me esquecer, recordo, acima de tudo não repetir os mesmos erros. Cada dia que passa escrevemos uma página nova neste livro da vida tão vasto, sem saber o final e não vale fazer batota e passar as páginas sem as ler, sem as viver. Não tenhas pressa. Não tenho pressa.
Cada fase a seu tempo.
Hoje, aqui sozinha no quarto, num quarto recente onde nem as próprias paredes ainda me conhecem desabafo, e escrevo com esperança para o futuro. Um futuro onde acima de tudo me manterei fiel a mim mesma, verdadeira. Nada mais importa senão a verdade perante o eu e para com os outros que me rodeiam e merecem saber a verdadeira Marta.
Marta Durán
21/01/2017
Pois é Linda tu és da quelas que tem TOMATES ???? mesmo é tão corajosa tomara muitos homens de barba rija ser como tu és o orgulho para todas nós as mulheres ????????kisses