Estou em Dresden, Alemanha. Tudo está enfeitado de luzes natalinas, barraquinhas com comes e bebes e músicas dedicadas à época. Percorro a cidade com os olhos a brilhar, com um sorriso na cara e penso
”O Natal está aí”
Vejo as famílias na rua, vejo pedintes ao frio, vejo cantores de rua e artistas sem fim.
Hoje após um passeio pela cidade senti que faltava alguma coisa para completar o meu dia e o dias dos outros.
Está frio e bastante, a minha respiração transforma-se de imediato naquele vapor de inverno, quando era criança adorava fingir de dragão, na verdade ainda hoje brinco com o vapor , o nariz está vermelho já sou o Rodolfo e as mãos doem e estão inchadas.
Se eu me sinto assim as pessoas também, e falta um sorriso na cara destes Alemães!
Missão: abraçar, aquecer e fazer sorrir!
Foi a primeira vez que fiz isto na minha vida, tinha uma caneta comigo (das boleias) fui a uma loja e pedi uma folha, fácil. Meti-me no meio de uma rua movimentada e levantei o cartaz e sorri!
Perdi a conta das pessoas que me abraçaram… Crianças, adultos e velhotes. Não estava à espera, o tempo passou a voar e mais pessoas corriam em busca dos meus braços. Recebi sorrisos e muitos olhares tímidos.
Tenho um abraço que me marcou, aliás três. 3 crianças, refugiadas estavam a mendigar e não perceberam o meu cartaz, pensavam que eu também era pedinte. Até que lhes dei um abraço voltaram vezes sem fim para receber abraços. Falámos disse-lhes que era de Portugal e falei de Ronaldo sorriram e fingiram que estavam a jogar à bola, uma delas a brincar comigo até disse Messi. Este momento já valeu a pena!
Antes de vir para Alemanha o estereótipo já vinha, são pessoas frias que se cumprimentam com um aperto de mão, não são sorridentes e pouco comunicativas.
Sabem? Recebi abraços apertados, com amor e aconchego. Recebi palavras doces e suspiros fortes. Recebi muita alegria e paz e era isso que queria.
Hoje foi a minha vez de dar boleia aos outros com o meu abraço forte .
26/11/2016
Marta Durán
um abraço bem apertadinho de Portugal. Sandra
Beijinhos e um abraço Sandra!