Turismo Industrial: Centro de Portugal

 Desta vez trago-vos um artigo diferente do habitual, fui convidada juntamente com a Associação de Bloggers Portugueses para conhecer o Turismo Industrial da zona Centro de Portugal. Aceitei o desafio porque nunca tinha explorado este tipo de turismo e tinha uma curiosidade nata em saber mais, gosto sempre de ver os artesãos a trabalharem e perceber como são feitas as coisas.

Foi um roteiro de 3 dias onde tive a oportunidade de conhecer um bocadinho da história de várias indústrias em Portugal e ainda visitar as fábricas e ver a produção dos materiais.

Museu Nacional Ferroviário 

A viagem começou pelo Museu Nacional Ferroviário, situado no Entroncamento, que conta com uma coleção com cerca de 36.000 objetos, sendo esta considerada umas das melhores e maiores coleções da Europa. Um Museu desenhado para miúdos e graúdos, onde temos a oportunidade de viajar pela história dos caminhos de ferro, passando por locomotivas, carruagens e vagões, como o Comboio Real e o comboio presidencial. No final da visita almoçamos numa carruagem com serviço de catering (que está disponível, mediante marcação)

Do lavadouro de Lã à Fiação

Mal entrei no lavadouro senti que ia aprender algo de novo. Por vezes ao vestirmos as peças de roupa, pisarmos um tapete ou sentirmos a textura de uma manta, nem nos lembramos de todo o trabalho que está por detrás da confecção da mesma.

Desta vez fui descobrir como é que tudo acontece, desde a chegada da lã ao armazém, passando pelo processo de lavagem até ao produto final, a fiação.

Nesta galeria de imagens, podem observar todo o processo que mencionei anteriormente. As primeiras representam a chegada da lã ao armazém, em fardos, depois segue-se o seu tratamento, onde passa por um processo de lavagem para saírem todas as palhas e sujidade natural da lã e por fim chegamos à cor branquinha que vemos na foto final. Estando o produto pronto para dar vida a outro produto.

Fiação

Depois de vermos todo o processo de limpeza da lã fomos até à fábrica, onde, já desprovida de sujidade, esta é cardada, penteada, novamente cardada e depois fiada, até chegar à linha que nós compramos em loja, como podemos ver na galeria de imagens.

Museu Industrial e Artesanal do Têxtil-MIAT

Depois de um longo dia fomos recebidos pelo senhor José Paulo Baptista, no Museu Industrial e Artesanal do Têxtil-MIAT, que por si só nos recebeu com grande entusiasmo para mostrar o museu que idealizou e sonhou com tanto carinho.

O José é um viajante que coleciona peças da industria têxtil, onde quer que vá e podes encontrar muitas dessas peças no museu. Ele fala com paixão sobre a industria, a história e as suas viagens. A visita é uma viagem por si só, daquelas que nos dá vontade de irmos nós também viajar! O museu está super bem concebido, organizado e com todas as informações, além disso tem sempre exposições temporárias de artistas que trabalham com lã.

Museu do Vidro da Marinha Grande

A Marinha Grande sempre foi conhecida pela industria do vidro, e sendo desta forma imperdível a visita ao Museu do Vidro para conhecer um pouco da história desta indústria.

Implantado no palácio Stephens, a antiga residência de Guilherme Stephens, industrial inglês que investiu na industria do vidro e restabeleceu a Real Fábrica de Vidro na Marinha Grande, este museu acolhe mais de 250 anos de história. 

Reúne coleções variadas que testemunham a actividade industrial da época até à actualidade, podemos ainda encontrar peças lindíssimas e únicas relativas à indústria vidreira em Portugal

No final da visita tivemos a oportunidade de ir ver os artesões mais antigos a trabalharem peças que posteriormente são colocadas à venda na loja de souvenirs.

Fábrica Vidrexport

A visita à Fábrica Vidroexport, situada na Marinha Grande, talvez tenha sido o ponto alto da viagem para mim, sem qualquer expectativa sou surpreendida pela forma de como ainda nos dias de hoje se faz vidro a sopro!

Fiquei estupfacta a observar os trabalhadores da fábrica a fazerem o vidro com enorme presuação, aproveitei obviamente para fotografar da melhor forma que pude o decorrer dos trabalhos.

Museu e Fábrica Vista Alegre

Por fim visitámos a Fábrica Vista Alegre, talvez a mais conhecida em Portugal, não só por ser uma empresa centenária mas também pela qualidade dos produtos. Quem nunca foi a um restaurante, virou um prato e esboçou um sorriso por ter o selo Vista Alegre? Pudemos então descobrir de onde vêm estas loiças e toda a sua história.

Quem me conhece sabe que o que mais gosto de ver é as pessoas com a ”mão na massa” e no final da visita ao museu tivemos a oportunidade de ver como são decoradas algumas das peças.

Se estiveres a passear por Aveiro ou arredores, vale a pena a visita!

Foram 3 dias a explorar o Turismo Industrial da região Centro do país e a descobrir como é que são feitas as coisas!

É uma forma diferente de conhecer o nosso país e uma bela maneira de aprender mais.

Visitar Vila Nova de Milfontes

Esta vila tem muito que nos enganar e tudo começa pelo próprio nome, primeiro tudo não é Vila, é uma freguesia, de Nova pouco tem e muito menos terá Mil fontes para nos surpreender.

É enganadora do início ao fim, quando chegamos somos surpreendidos pela baía, onde deságua o rio Mira , perfeita para desportos náuticos como natação, Stand Up Paddle e Canoagem.

Os que pouco gostam de se aventurar observam apenas e desfrutam de uma passeio pelo centro ou descansam pelas praias, mas aviso desde já que vão perder toda a magia que Milfontes tem para vos dar.

Os amantes das ondas e do Surf podem rumar diretamente para a Praia do Malhão que na minha opinião é uma das praias mais belas da costa alentejana, mas quem gosta apenas de estender a toalha também merece a pena a visita.

Nesta minha última viagem a Milfontes fiquei no grupo Duna Parque no chamado Moinho da Asneira, que fica exatamente no Rio Mira, foi um excelente pretexto para o explorar melhor.

Não podemos deixar esquecido o Rio Mira que é dos poucos rios em Portugal que corre de Sul para Norte, nasce em Almodovar e vai desaguar a Vila Nova de Milfontes. É possível fazer todo o percurso de barco, são 130 quilómetros. Os fãs de pesca aqui vão encontrar uma grande variedade de peixe, e os observadores de pássaros na altura das migrações também vão gostar do que vão ver! 

Eu fiquei-me por explorar de canoa os primeiros 6 quilómetros, uma experiência a repetir!

Se não fui muito clara com estas dicas vou deixar as fotografias falarem por mim:

E para terminar este artigo se não ficaste convencido ora vê esta praia secreta, e sim situa-se em Vila Nova de Milfontes, queres saber onde é?
Envia-me mensagem privada através do Instagram

Nota: esta praia é para os amantes da natureza, quem não se importa de caminhar 30 minutos até à praia e quer sossego.

Quero agradecer ao Duna Parque, ao Visit Milfontes e Paddle South Portugal por tornarem a minha estadia inesquecível.

Visitar as Berlengas

Visitar a ilha da Berlenga ou então como é mais famoso as Berlengas, as, pois falamos de um arquipélago que consiste em 3 ilhas onde a Berlenga Grande é a única que é possível conhecer, é uma experiência incrível.
A Berlenga é uma ilha selvagem situada apenas a 40 minutos de Peniche, onde serve casa a muitas aves, nomeadamente gaivotas, também a coelhos e ratos.

Antes de começares a ler lembra-te que a Berlenga é considerada Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO desde 2011, e para que se mantenha limpa e preservada tu, como visitante tens o dever de saber cuidar, por isso, leva contigo o TEU lixo e cuida do local com respeito.

Como ir?

Se for em época alta é aconselhável marcar previamente o barco e a estadia senão habilita-se a não ter lugar em nenhuma embarcação.

Todos os operadores onde pode marcar a sua tour aqui

Pessoalmente sempre que vou à Berlenga vou no operador mais antigo que é o da Viamar e na famosa embarcação Cabo Avelar Pessoa, demora cerca de 45 minutos a chegar à ilha e dependo das condições do mar pode ser uma aventura!

Se vai de carro aconselho-o a estacionar na entrada da cidade, ao lado do quartel dos bombeiros, que tem um grande parque de estacionamento público gratuito.

Cais da ilha da Berlenga

O que não perder?

Não podes claramente perder a visita às grutas é possível fazê-lo de barco em tour ou então (como eu prefiro) alugar um caiaque e explorar ao teu próprio ritmo.

O custo do aluguer do caiaque : 10€ por pessoa e poderá fazê-lo no cais já na Berlenga.

O custo da tour pelas grutas: 8€ por pessoa também poderá marcar no cais ou previamente com uma das empresas operadoras.

Dica: Leva óculos e tubo para fazeres Snorkeling junto ao forte e descobrir o mundo aquático.

Há inúmeras actividades extra que poderás fazer como ver golfinhos, mergulho, observação de aves, pesca etc…

Onde ficar?

Parque de Campismo da Berlenga

(Actualmente fechado devido ao COVID)

Marcar com antecedência através do site da Câmara Municipal de Peniche 

Forte São João Baptista

Foi aqui que pernoitei e é de facto uma experiência a repetir!

Fiquei no quarto número 1 que era onde ficava Oliveira de Salazar, dizem que é o melhor quarto do forte! Parece que tive sorte.

Contactar através do facebook

Ponte de Lima, a vila mais antiga de Portugal

Visitar Ponte de Lima, a vila mais antiga de Portugal é uma agradável surpresa. Banhada pelo rio Lima a vila e com uma arquitetura medieval destaca-se logo à primeira vista.

Depois de 4 dias a explorar este cantinho situado no Minho, a convite do Visit Ponte de Lima deixo-vos com uma lista do que não podes perder em Ponte de Lima:

Explorar o Centro Histórico

Passear pela avenida dos Plátanos

Uma avenida repleta de plátanos centenários plantados em 1901, que deixam qualquer um boquiaberto. Do Outono ao Verão terás uma imagem lindíssima desta avenida também conhecida pelo passeio dos namorados!
Ah e antes que me esqueça aqui também acontece o mercado que dizem ser o mais antigo de Portugal, será?

https://www.instagram.com/p/CDrlfGhh5r_/

Passeio no barco Água Arriba

Este barco é uma réplica histórica do barco “água-arriba”, que noutros tempos era o meio de transporte de pessoas, animais e mercadorias pelo rio Lima acima e abaixo, entre Viana do Castelo e Ponte da Barca.

Uma bela surpresa e se o tempo for convidativo espera-te um belo mergulho nas águas do Rio Lima.

Canoagem no Rio Lima

A canoagem por estas zonas já se tornou num desporto bastante famoso, não só pelo facto de aqui ter sido criado Fernando Pimenta o campeão Olímpico Português, como também pelo facto deste rio ter todas as condições para uma boa prática desta modalidade.

Mergulho na praia fluvial Pé do Negro

Nos dias mais quentes do Verão um mergulho nesta praia recentemente recuperada vai refrescar o seu dia!
Uma zona que transmite paz e sossego perfeita para desfrutar em plena sintonia com a natureza.

créditos: @zepev

Visitar as Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d’Arcos

Um lugar perfeito para um passeio em família pelos passadiços, e em épocas mais chuvosas as lagoas estão repletas de água.

Visitar a mesa dos 4 abades

Após percorrer um pequeno trilho vamos ao encontro da mesa dos 4 abades que é uma mesa de granito ladeada por quatro bancos também em pedra, cada um localizado no território de cada freguesia: Calheiros, Cepões, Bárrio e Vilar do Monte. Antigamente os representantes de cada paróquia sentavam-se para debater e resolver os mais diversos assuntos. Esta tradição, foi recuperada e nos dias de hoje continua a ser celebrada no terceiro domingo de junho de cada ano. 

Sugestões de onde ficar?

Ponte de Lima tem uma grande oferta de turismo de habitação mas de facto fiquei encantada com o Cerquido Village e Spa, fica no topo da montanha e surpreende-nos com uma piscina infinita com vista para a natureza.

Se queres marcar a tua estadia utiliza este link, pagas o mesmo e é uma forma de me ajudares a manter este blog

Ainda tens dúvidas se queres visitar Ponte de Lima?
Deixo-te com o vídeo realizado durante a minha passagem por esta vila!

Obrigada Visit Ponte de Lima pelo convite e ainda aos companheiros desta viagem, @zepev ,@followthesuntravel e @Onenightat

Conhecer o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros

A apenas 1 hora de Lisboa, de onde eu sou, encontramos o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros que para minha surpresa revelou-se numa viagem no tempo e vão perceber o porquê neste artigo. 

Após 3 meses de confinamento esta foi a minha primeira aventura no centro do país, inserindo-se na iniciativa da ABVP (Associação de Bloggers de Viagem Portugueses) #Eu Fico Em Portugal, aproveitei a proximidade da minha casa e o facto de não conhecer esta área para a explorar.

Agarrem numa caneta e num papel e apontem todas as dicas para uma bela aventura nesta serra, é uma viagem no tempo para miúdos e graúdos, aos mais aventureiros até aos que não gostam muito de se mexer. 

Aqui vou-te deixar os lugares imperdíveis e que te vão fazer voltar muitas vezes ao Centro de Portugal.

No final deste artigo deixo-te com uma dica do melhor pôr-do-sol da Serra.

Para viajar no tempo aconselho a visita a estes dois lugares:

Monumento Natural das Pegadas de Dinossauros da Serra de Aire

Pela primeira vez vi pegadas de Dinossauros com cerca de 175 milhões de anos, parte do Jurássico Médio, são mais de 1000 pegadas que se interligam num caminho com muita história. Um percurso divertido e interessante por uma pedreira já desactivada.

2º  Praia Jurássica de S. Bento

 Visitei a esta praia com milhões de anos, descoberta em 2003 onde antes era uma pedreira, sem muita expectativa, quando cheguei tinha trabalhadores do ICNF a fazerem a limpeza do espaço juntamente com um geólogo que me fez uma visita com direito a algumas explicações. Em tempos normais os fósseis estão assinalados

Estes foi os que consegui encontrar:

Caminhadas:

Percurso Pedestre Fórnea

Um pequeno e agradável trilho por um vale, envolvido pela Serra de Ladeiras, Pena de Águia e Cabeço de Raposeiro. Depois de passar pelas oliveiras chegamos à cascata da ribeira da Fórnea ( que só tem água no Inverno).

Aos mais aventureiros aconselho a subirem até à Cova da velha, que é uma cavidade com uma nascente que alimenta o Ribeiro da Fórnea. Eu fui na época seca portanto não tive a sorte de vê-la com água.

Estrada Romana Alqueidão da Serra

Foi este o caminho que conduziu Nuno Álvares Pereira ao Campo Militar de S. Jorge na véspera da Batalha de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1385.

Construído entre os séculos I a.C. e I d.C. , é um caminho que nos permite contemplar os blocos de pedra espaçados e o equilibrismo que temos que fazer ao caminhar neles.

Aconselho e percorrer apenas o início do trilho que tem a estrada romana.

Muitas vezes através do instagram me perguntam onde ando, após verem vídeos incriveis dos sitios, e eu é raro dar coordenadas portanto hoje aqui vou desvendar a minha maior descoberta nesta viagem:

O canhão Flúvio-cársico dos Amiais, a Janela Cársica e o Sumidouro da Ribeira dos Amiais.

Tudo isto parecem nomes vindos de outro mundo e ao descobrir este sítio senti o mesmo, que estava noutro planeta.

Após as chegada à praia fluvial dos Olhos de àgua do Alviela  decidi explorar o PR 1 que indicava 1,5 km sem saber o que me esperava. 

Surpreendi-me com estas maravilhas geológicas.

O Sumidouro é o termo que caracteriza o local onde um curso de água desaparece da superfície e passa a correr subterraneamente. É o que acontece aqui, na entrada da gruta da Canada. A ribeira de Amiais penetra em calcários para só voltar à superfície 200 m mais adiante, numa ressurgência no início do canhão fluviocársico da ribeira.

Para vos explicar o canhão flúvio-cársico é resultado de processos de dissolução de rochas calcárias do Jurássico Médio, que, ao longo de milhões de anos, se foram moldando de acordo com a persistência e vontade das águas da ribeira dos Amiais. 

Dica: Este espaço é excelente para passar o dia entre banhos e a explorar os arredores!

No regresso a Lisboa é obrigatória uma paragem nas Salinas de Rio Maior, as únicas salinas no centro de Portugal em pleno funcionamento onde ainda é possível ver os trabalhadores com as mãos à obra.

É também um lugar curioso pois o mar situa-se a 30 km de distância mas a água chega sete vezes mais salgada que a água do mar, provém de um poço, após passar por uma jazida de sal-gema.

Há sempre uma razão para voltar, como fui numa época atípica visitar esta zona encontrei vários sítios fechados mas recomendo a visita:

-Ecopista de Porto de Mós

-Gruta de Alvados e as Grutas de Santo António

-Gruta de Mira de Aire

Dica pôr-do-sol: 

Retirei esta dica do artigo dos Vaga Mundos e fui ver com os meus próprios olhos.

Subi até ao miradouro das antenas da proteção civil, a seguir à aldeia da Bezerra, que tinham uma bonita para a zona oeste, num dia limpo dá para ver o mar e a Nazaré!

Esta viagem teve o apoio do Turismo do Centro Portugal

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De scooter até Vila Nova de Milfontes

Após 57 dias de confinamento junto da família surge a oportunidade de fazer uma Road Trip até Vila Nova de Milfontes.
Inicialmente surgiu a ideia de ir de bicicleta, mas só dava chuva e tempestade para os dias que se seguiam e de todo que não queria pedalar sobre a chuva nem dormir sob o chão alagado.
Não tenho carro, e desta forma só sobrava a minha scooter, uma Honda Sh125, companheira de longa data que me levara em tempos para a Escola Secundária e posteriormente para a universidade, belos tempos!

Esta scooter já tem muita história, desde um acidente onde fiquei sem dianteira, ou até mesmo aquelas quedas estúpidas onde estás parada e cais em camera lenta para o lado! Já deu muitas boleias e nunca me deixou apiada, portanto era a companhia ideal para rumar a sul.

Coloquei os alforges da bicicleta com um sistema infalível para não caírem, uma mochila de 40 L à frente, e outra mochila na bagageira. À boleia comigo vinha a Marta (@martaabordo) e com ela a tenda, que religiosamente segurou durante toda a viagem.

Tinha tudo para dar certo, alforges da bicicleta e previsão de chuva.
Saímos confiantes de S.Domingos de Rana e apanhámos a A5 em direção à ponte 25 de Abril, nem passado 3 kilometros desata a chover torrencialmente, o que me obrigou imediatamente a virar para Carnaxide e parar debaixo do viaduto e aguardar que a chuva parasse.
De forma a tornar-me visível deixei a mota ligada e com o pisca acesso. Já conseguem adivinhar o que aconteceu?
Lembram-se de ter escrito que a mota nunca me deixou apiada, pois bem é de levar à letra o ditado “Há uma primeira vez para tudo”.
Tento ligar a mota e está sem bateria, num misto de emoções já só me consigo rir, e relembrar as saudades destas aventuras e ao mesmo tempo estar a chamar por um reboque. Já só pensava que a viagem ficava por aqui, porque tinha ligado ao mecânico que me disse que a bateria teria de carregar pelo menos 3 horas.
Ligava ao João Amorim, que nos aguardava no Duna Parque Hotel onde íamos fazer um trabalho, a dizer para não contar comigo.

O reboque chega e eu desabafava como os meus planos tinham literalmente ido por água abaixo, ao que ele me pergunta se a bateria estava “à mão”, e eu disse que sim, imediatamente disse que poderíamos tentar dar energia com os cabos!
1, 2, 3 e vrummmmm….. Saltos e pulos de alegria (não há cá abraços nem beijinhos que o Covid não deixa) e seguimos rumo a Setúbal onde nos esperava o choco frito!

A mota parada sem bateria debaixo do viaduto

Já em Setúbal, depois de uma rota pela N10 com passagem em Azeitão já nos esperava o meu amigo xocco que trabalha no famoso restaurante Adego Leo do Petisco (recomendo!!)
Barriga cheia e um saco com sandes de choco frito para a grupeta que nos esperava em Milfontes e vamos diretamente ao ferry que faz a ligação de Setúbal-Tróia.

Sempre a descer sem passar dos 70 km/hora passámos pelos arrozais da Comporta, os pinhais de Melides (que me fizeram espirar mil vezes de alergia) e até que fomos beijadas pelo mar a partir da famosa praia de água quente de São Torpes até chegar a Milfontes.

Em Milfontes esperavam-nos o João Amorim e os Mochileiros_vc (Pedro e Carolina), para 1 semana de trabalho no Duna Parque Hotel.

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Fomos inicialmente para a Milfontes guest house que fica a 5 min do centro de Milfontes e das suas praias mais bonitas como é o exemplo da praia do Malhão. Esta guest house é excelente para ir com um grupo de amigos ou até mesmo em casal, além de ter uma piscina interior, sauna e jacuzzi tem um espaço comum e uma cozinha para preparar todas as refeições, é uma casa fora de casa.

Depois de duas noites de estadia rumámos para a Quinta da Samoqueirinha, uma herdade privada a 10 minutos de carro de Milfontes, rodeada de natureza.
Um alojamento rústico e acolhedor perfeito para uma escapadela da cidade.
A herdade além de ter uma quinta pedagógica com burros, galinhas, porcos, cabras, ovelhas onde todos vivem em harmonia tem também cavalos, que podes montar e passear pelos arredores da herdade (para teres esta experiência contacta a Natura Horses, não precisas de estar hospedado no hotel).

Não te esqueças que se disseres que vens pela minha parte usufruis de 5% de desconto no teu alojamento.

Esta Quinta é um pequeno paraíso perfeito para relaxar em plena harmonia com a natureza!

O regresso a casa

Depois de 1 semana em Vila Nova de Milfontes, cada um rumou para sua casa, mas eu não conseguia ir embora sem acampar e estar em contacto direto com a natureza.
Por isso juntamente com a Marta decidimos ir subindo para Lisboa bem devagar, a primeira paragem foi logo no vizinho Porto Covo.
Fomos até à praia da Samoqueira conhecida pelas águas cristalinas e pelas suas falésias, procurámos um sitio mais abrigado para ver o por-do-sol e montar a tenda.

No dia seguinte continuámos o percurso a norte com paragem para um dia de praia em São Torpes e posteriormente a dormida na extensão de praia lindíssima e paradisíaca da Comporta, com uma vista privilegiada para a Serra da Arrábida e km de areia sem ninguém, isto sim é um hotel com milhões de estrelas.

Assim se passou 1 semana de desconfinamento que soube pela vida, agora aos poucos está na hora de sair com os devidos cuidados e aproveitar o que o nosso país tem para nos dar.
Cuidem-se e #fiquememportugal

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Surfar em sofás

Escrevo frequentemente sobre couchsurfing e sobre as pessoas que me recebem, tenho tido uma sorte enorme. Desde que comecei a viagem ainda não fiquei em nenhum hostel e isso tem-se tornado na melhor parte desta aventura.

Para mim couchsurfing é muito mais do que não pagar para dormir. É partilha de vivências, troca de culturas, troca de hábitos, dar e receber. Cada pessoa que me recebe é diferente e faz as coisas à sua maneira. Mas sabem o que é incrível?

É chegar a casa da pessoa e parecer que já nos conhecemos à décadas, como é que isto é possível? Uma troca de palavras e já me sinto em casa…

Vou-vos mostrar onde e com quem tenho pernoitado:

Praga, Republica-Checa:

Hana, Tom e Aliska esta familia juvenil que me recebeu tão bem em Praga! Estabeleci mais relação com Hana em que conversámos durante horas sobre histórias engraçadas de viagens e rimos que nem doidas! Cozinhámos juntas, e eu fiquei de cortar o pepino… mas têm que perceber que ainda sou nova na cozinha, então gozaram comigo sobre a maneira como o cortei, disse que era artístico e o sabor iria ser o mesmo!

Esta foi a noite que a Mafalda foi embora… Obrigada pela companhia e pelas partilhas espero que tenhas gostado da ”minha” boleia porque eu fiquei encantada com o teu design eheh. Até já.

Nurembergue, Alemanha:

Recebida por uma família fantástica, Lawrence e Peggy ambos professores ele British ela Americana! Tinham a gata Lilly muito querida, mesmo quando me arranhou!

Prepararam-me um jantar vegetariano delicioso, e pela primeira vez nesta viagem jantei ”em familia” soube bastante bem! Foram super cuidadosos e ainda tivemos tempo para falar música! O Lawrence é muito engraçado, é um adulto que parece um jovem, é ciclista, guitarrista, fotografo e artista. Está sempre a inventar pelo que percebi mas é bom! Têm ambos uma vida bastante activa e a casa está decorada pelos couchsurfers!

Falando da gata a Lilly pela manhã presenteou-nos com 2 ratinhos mortos… bahhh

Dresden, Alemanha:

Depois de 5 boleias até Dresden, a última decidiu deixar-me à porta do meu host, um casal mega simpático! Danke.

Pradeep, 26 anos, Indiano e está a estudar Engenharia Civil.

Mal cheguei fomos visitar a cidade juntos, fingiu  ser um óptimo guia turístico (isto porque não sabia a história e rimo-nos imenso com a situação) e levou-me a ver os monumentos principais da cidade. Ainda passámos pelos mercados natalinos só para ver e cheirar, porque os preços são muito elevados! Enquanto cheirar for grátis nós aproveitamos! Diverti-me imenso.

Leipzig, Alemanha:

A Kamila mal respondeu à minha mensagem convidou-me para ir com ela e com a filha à piscina e à sauna. Porque não? Até tinha posto um bikini na mala por mero acaso de isto acontecer!

E lá fui, e estava tudo bem até que entrei na sauna, onde a regra era toda a gente tinha de andar nu. Homens e mulheres tudo misturado. Desculpem mas isto é demais para mim!

Era todo um mundo de nudistas à minha frente a badalar… Não quis dizer que não à Kamila, tapei-me com a toalha. Até que tive que tirar para entrar numa sauna. Corria por todos os lados e tapava-me com as mãos que tinha e que não tinha.

Tive que aceitar. A verdade é que fui uma vez e já não voltei.

A Kamila insistia mas eu dizia que preferia a piscina!

Passei 3 dias com elas e foi um bom descanso. Comi super bem e senti-me mais uma vez em casa!

Berlin, Alemanha:

Antes de chegar a Berlin:

Com temperaturas quase negativas torna-se dificil pedir boleia, as mãos congelam. Estava farta de estar parada no mesmo sítio, decidi andar, sem parar para aquecer! 5 km e achei que tinha chegado ao ”spot” perfeito. Esperei… Vejo passar um carro com ”B” na matrícula, isto quer dizer – BERLIM!!

SORRI E MOSTREI A MINHA DENTUÇA TODA. – NÃO PAROU! BOLAS. Shizer.

De repente… o marmelo dá meia volta e pára ao meu lado… Olha parece que mudou de ideias.

Parece que estou com os dentes brilhantes, pensei!

Audi A6, e diretor de uma empresa farmaceutica, super simpático, viagem de 2 horas e tal, não parámos de falar… sobre tudo, história da Alemanha, amor, viagens, aventuras, política, América e comida. Parou para abastecer e ainda tive direito a um cappucino! Quere-se mais viagens destas, please! Onde andam os Alemães carrancudos que toda a gente falava? é que eu ainda não os encontrei.

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Chegueiii.

Ainda tive tempo de me ir despedir da Mafalda que estava por Berlim! <3

Às 5.30 encontrei-me com Hazem, 40 anos, natural de Cairo, Egipto. O meu host !

Chegámos a casa e de imediato falámos, é uma pessoa super interessante e com um coração enorme. Mostrei-lhe videos de Lisboa e como ele ficou apaixonado, queria logo marcar uma viagem, disse-lhe que quando for eu tenho que lá estar e nos próximos tempos não vai fácil encontrar-me (ahahah). Ele tinha uma guitarra,tocámos e cantámos… fez-me sentir saudades!

Depois nem vão acreditar! Fomos dançar SALSA! sim.. eu a dançar Salsa…

Antes de ir para a pista brilhar tive uma aula para principiantes… apanhei os passos básicos e lá me desenrasquei!

A pista abriu, as primeiras músicas dancei com o Hazem, mas depois o suposto era trocar de par. E assim foi:

Os dançarinos:

  • Um velho alemão com sapatos bicudos e padrão de vaca… (NEXT PLEASE)
  • Cubano da minha idade e sabia dançar! Ainda falámos espanhol… mas oh filho dançar e falar não dá.

Resumo da noite: Entrei pé de chumbo, saí pé de chumbo mas diverti-me à brava!

DCIM103GOPRO

E por agora é isto amigos! Até à próxima

DCIM103GOPRO

01/12/16

Marta Durán

I’TS COLD! FREE HUGS! :)

Estou em Dresden, Alemanha. Tudo está enfeitado de luzes natalinas, barraquinhas com comes e bebes e músicas dedicadas à época. Percorro a cidade com os olhos a brilhar, com um sorriso na cara e penso

”O Natal está aí”

Vejo as famílias na rua, vejo pedintes ao frio, vejo cantores de rua e artistas sem fim.

Hoje após um passeio pela cidade senti que faltava alguma coisa para completar o meu dia e o dias dos outros.

Está frio e bastante, a minha respiração transforma-se de imediato naquele vapor de inverno, quando era criança adorava fingir de dragão, na verdade ainda hoje brinco com o vapor , o nariz está vermelho já sou o Rodolfo e as mãos doem e estão inchadas.

Se eu me sinto assim as pessoas também, e falta um sorriso na cara destes Alemães!

Missão: abraçar, aquecer e fazer sorrir!

Foi a primeira vez que fiz isto na minha vida, tinha uma caneta comigo (das boleias) fui a uma loja e pedi uma folha, fácil. Meti-me no meio de uma rua movimentada e levantei o cartaz e sorri!

Perdi a conta das pessoas que me abraçaram… Crianças, adultos e velhotes. Não estava à espera, o tempo passou a voar e mais pessoas corriam em busca dos meus braços. Recebi sorrisos e muitos olhares tímidos.

Tenho um abraço que me marcou, aliás três. 3 crianças, refugiadas estavam a mendigar e não perceberam o meu cartaz, pensavam que eu também era pedinte. Até que lhes dei um abraço voltaram vezes sem fim para receber abraços. Falámos disse-lhes que era de Portugal e falei de Ronaldo sorriram e fingiram que estavam a jogar à bola, uma delas a brincar comigo até disse Messi. Este momento já valeu a pena!

Antes de vir para Alemanha o estereótipo já vinha, são pessoas frias que se cumprimentam com um aperto de mão, não são sorridentes e pouco comunicativas.

Sabem? Recebi abraços apertados, com amor e aconchego. Recebi palavras doces e suspiros fortes. Recebi muita alegria e paz e era isso que queria.

Hoje foi a minha vez de dar boleia aos outros com o meu abraço forte .

26/11/2016

Marta Durán

Checo-brasileiro

Depois de uma paragem rápida em Brno na casa de Pavel o nosso host surfer, que nos presenteou com um belo jantar, uma visita guiada à cidade, um mini concerto de piano e uma bela lareira.

Fizemo-nos à estrada, rumo à estação de serviço em direção a Praga. Não chegava a uma hora de espera quando um senhor com um belo de um Mercedes aceita supostamente levar-nos a outra estação de serviço já na auto-estrada, aceitámos prontamente.

Até que…

Pára na berma da auto-estrada e aponta para o outro lado onde estava a estação de serviço. Queria que atravessássemos para o outro lado a pé! Com carros a mais de 120km hora! TÁ LOUCO!!

Só pensei, é obvio que não vou passar isto a pé é morte certa. Lá nos deixou noutro sitio péssimo para apanhar boleia.

O ca**** estragou-nos o dia – Pensei

Lá ficámos naquele sitio que mal dava para os carros pararem. Não iríamos sair dali tão facilmente.

Plano bomba: Andar 40 minutos até essa mesma estação mas pelos caminhos de cabra. E assim foi. Mala às costas e um bom ritmo. Até parecia que estava a fazer os caminhos de Santiago de novo.

Chegámos à estação depois de uma boa caminhada… isto é de loucos.

Sentei-me, a Mafalda foi comer (GORDAAAA).

Estava à porta da bomba com o cartaz a dizer Praha, dali já não saia nem que dormisse ali.

Até que…. Patrick faz sinal afirmativo ao meu cartaz!  Que alegria!

Diretas para Praha… até que,  Patrick diz ”Podemos falar português a minha ex-mulher é brasileira e eu aprendji um pouco” Com aquele sotaque tão estranho e engraçado.

Só me posso rir, mas que coincidências… É sempre bom ouvir português quando estamos fora.

A Mafalda adormeceu, ficámos a falar do seu filho, de viagens, boleias, Brasil e sobre a Republica Checa!

Já quase a chegar a Praga convidou-nos para ir passear com o filho Samuel, que ia buscar assim que chegasse. Aceitámos claro! Levou-nos a Vysehrad Castle ofereceu-nos um cappucino e Trdelnik um bolo típico destas zonas (já tínhamos provado em Budapest, é tipo fartura mas no forno, na minha opinião menos enjoativo).

Demos um belo passeio com a nossa boleia… Pouco preciso de dizer, adorei esta boleia!

Obrigada Patrick e Samuel

”Vemo-nos por aí”

22/11/2016

Marta Durán

Budha em Viena

Esta viagem por mais Europeia que seja tem sido super espiritual, desta vez tive a sorte de ser hospedada por Rainbow, uma senhora que nasceu no Tibete mas por causa da guerra teve que fugir e acabou na Suíça, anos mais tarde decidiu ir viver para Viena onde hoje é terapeuta e massagista.

Quando entrei em casa senti-me em paz, o cheiro a incenso a imagem de Mahatma Ghandi e outros monges. Recebida com um abraço forte e 2 beijinhos, quando esta mulher falava transmitia uma paz enorme… contou-me histórias incríveis.

Além de mim e da Mafalda estavam mais couchsurfers, um Indiano, um Americano e o Alex um Romeno. Tal vai a misturada!

O Alex veio explorar connosco a cidade, tudo a pé! Queria ele que comprasse um passe diário de 7 euros.

‘’Oh amigo a sola do meu sapato ainda não está gasta, consegue andar a cidade toda.’’

E assim foi percorremos a cidade toda a penantes e não tenho uma opinião muito concreta sobre Viena, tem edifícios lindíssimos e com uma arquitectura diferente e antiga. Apanhámos muitos mercados natalícios o que enriquecia mais a cidade!

20/11/2016

Marta Durán