Turismo Industrial: Centro de Portugal

 Desta vez trago-vos um artigo diferente do habitual, fui convidada juntamente com a Associação de Bloggers Portugueses para conhecer o Turismo Industrial da zona Centro de Portugal. Aceitei o desafio porque nunca tinha explorado este tipo de turismo e tinha uma curiosidade nata em saber mais, gosto sempre de ver os artesãos a trabalharem e perceber como são feitas as coisas.

Foi um roteiro de 3 dias onde tive a oportunidade de conhecer um bocadinho da história de várias indústrias em Portugal e ainda visitar as fábricas e ver a produção dos materiais.

Museu Nacional Ferroviário 

A viagem começou pelo Museu Nacional Ferroviário, situado no Entroncamento, que conta com uma coleção com cerca de 36.000 objetos, sendo esta considerada umas das melhores e maiores coleções da Europa. Um Museu desenhado para miúdos e graúdos, onde temos a oportunidade de viajar pela história dos caminhos de ferro, passando por locomotivas, carruagens e vagões, como o Comboio Real e o comboio presidencial. No final da visita almoçamos numa carruagem com serviço de catering (que está disponível, mediante marcação)

Do lavadouro de Lã à Fiação

Mal entrei no lavadouro senti que ia aprender algo de novo. Por vezes ao vestirmos as peças de roupa, pisarmos um tapete ou sentirmos a textura de uma manta, nem nos lembramos de todo o trabalho que está por detrás da confecção da mesma.

Desta vez fui descobrir como é que tudo acontece, desde a chegada da lã ao armazém, passando pelo processo de lavagem até ao produto final, a fiação.

Nesta galeria de imagens, podem observar todo o processo que mencionei anteriormente. As primeiras representam a chegada da lã ao armazém, em fardos, depois segue-se o seu tratamento, onde passa por um processo de lavagem para saírem todas as palhas e sujidade natural da lã e por fim chegamos à cor branquinha que vemos na foto final. Estando o produto pronto para dar vida a outro produto.

Fiação

Depois de vermos todo o processo de limpeza da lã fomos até à fábrica, onde, já desprovida de sujidade, esta é cardada, penteada, novamente cardada e depois fiada, até chegar à linha que nós compramos em loja, como podemos ver na galeria de imagens.

Museu Industrial e Artesanal do Têxtil-MIAT

Depois de um longo dia fomos recebidos pelo senhor José Paulo Baptista, no Museu Industrial e Artesanal do Têxtil-MIAT, que por si só nos recebeu com grande entusiasmo para mostrar o museu que idealizou e sonhou com tanto carinho.

O José é um viajante que coleciona peças da industria têxtil, onde quer que vá e podes encontrar muitas dessas peças no museu. Ele fala com paixão sobre a industria, a história e as suas viagens. A visita é uma viagem por si só, daquelas que nos dá vontade de irmos nós também viajar! O museu está super bem concebido, organizado e com todas as informações, além disso tem sempre exposições temporárias de artistas que trabalham com lã.

Museu do Vidro da Marinha Grande

A Marinha Grande sempre foi conhecida pela industria do vidro, e sendo desta forma imperdível a visita ao Museu do Vidro para conhecer um pouco da história desta indústria.

Implantado no palácio Stephens, a antiga residência de Guilherme Stephens, industrial inglês que investiu na industria do vidro e restabeleceu a Real Fábrica de Vidro na Marinha Grande, este museu acolhe mais de 250 anos de história. 

Reúne coleções variadas que testemunham a actividade industrial da época até à actualidade, podemos ainda encontrar peças lindíssimas e únicas relativas à indústria vidreira em Portugal

No final da visita tivemos a oportunidade de ir ver os artesões mais antigos a trabalharem peças que posteriormente são colocadas à venda na loja de souvenirs.

Fábrica Vidrexport

A visita à Fábrica Vidroexport, situada na Marinha Grande, talvez tenha sido o ponto alto da viagem para mim, sem qualquer expectativa sou surpreendida pela forma de como ainda nos dias de hoje se faz vidro a sopro!

Fiquei estupfacta a observar os trabalhadores da fábrica a fazerem o vidro com enorme presuação, aproveitei obviamente para fotografar da melhor forma que pude o decorrer dos trabalhos.

Museu e Fábrica Vista Alegre

Por fim visitámos a Fábrica Vista Alegre, talvez a mais conhecida em Portugal, não só por ser uma empresa centenária mas também pela qualidade dos produtos. Quem nunca foi a um restaurante, virou um prato e esboçou um sorriso por ter o selo Vista Alegre? Pudemos então descobrir de onde vêm estas loiças e toda a sua história.

Quem me conhece sabe que o que mais gosto de ver é as pessoas com a ”mão na massa” e no final da visita ao museu tivemos a oportunidade de ver como são decoradas algumas das peças.

Se estiveres a passear por Aveiro ou arredores, vale a pena a visita!

Foram 3 dias a explorar o Turismo Industrial da região Centro do país e a descobrir como é que são feitas as coisas!

É uma forma diferente de conhecer o nosso país e uma bela maneira de aprender mais.

Visitar as Berlengas

Visitar a ilha da Berlenga ou então como é mais famoso as Berlengas, as, pois falamos de um arquipélago que consiste em 3 ilhas onde a Berlenga Grande é a única que é possível conhecer, é uma experiência incrível.
A Berlenga é uma ilha selvagem situada apenas a 40 minutos de Peniche, onde serve casa a muitas aves, nomeadamente gaivotas, também a coelhos e ratos.

Antes de começares a ler lembra-te que a Berlenga é considerada Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO desde 2011, e para que se mantenha limpa e preservada tu, como visitante tens o dever de saber cuidar, por isso, leva contigo o TEU lixo e cuida do local com respeito.

Como ir?

Se for em época alta é aconselhável marcar previamente o barco e a estadia senão habilita-se a não ter lugar em nenhuma embarcação.

Todos os operadores onde pode marcar a sua tour aqui

Pessoalmente sempre que vou à Berlenga vou no operador mais antigo que é o da Viamar e na famosa embarcação Cabo Avelar Pessoa, demora cerca de 45 minutos a chegar à ilha e dependo das condições do mar pode ser uma aventura!

Se vai de carro aconselho-o a estacionar na entrada da cidade, ao lado do quartel dos bombeiros, que tem um grande parque de estacionamento público gratuito.

Cais da ilha da Berlenga

O que não perder?

Não podes claramente perder a visita às grutas é possível fazê-lo de barco em tour ou então (como eu prefiro) alugar um caiaque e explorar ao teu próprio ritmo.

O custo do aluguer do caiaque : 10€ por pessoa e poderá fazê-lo no cais já na Berlenga.

O custo da tour pelas grutas: 8€ por pessoa também poderá marcar no cais ou previamente com uma das empresas operadoras.

Dica: Leva óculos e tubo para fazeres Snorkeling junto ao forte e descobrir o mundo aquático.

Há inúmeras actividades extra que poderás fazer como ver golfinhos, mergulho, observação de aves, pesca etc…

Onde ficar?

Parque de Campismo da Berlenga

(Actualmente fechado devido ao COVID)

Marcar com antecedência através do site da Câmara Municipal de Peniche 

Forte São João Baptista

Foi aqui que pernoitei e é de facto uma experiência a repetir!

Fiquei no quarto número 1 que era onde ficava Oliveira de Salazar, dizem que é o melhor quarto do forte! Parece que tive sorte.

Contactar através do facebook

Conhecer o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros

A apenas 1 hora de Lisboa, de onde eu sou, encontramos o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros que para minha surpresa revelou-se numa viagem no tempo e vão perceber o porquê neste artigo. 

Após 3 meses de confinamento esta foi a minha primeira aventura no centro do país, inserindo-se na iniciativa da ABVP (Associação de Bloggers de Viagem Portugueses) #Eu Fico Em Portugal, aproveitei a proximidade da minha casa e o facto de não conhecer esta área para a explorar.

Agarrem numa caneta e num papel e apontem todas as dicas para uma bela aventura nesta serra, é uma viagem no tempo para miúdos e graúdos, aos mais aventureiros até aos que não gostam muito de se mexer. 

Aqui vou-te deixar os lugares imperdíveis e que te vão fazer voltar muitas vezes ao Centro de Portugal.

No final deste artigo deixo-te com uma dica do melhor pôr-do-sol da Serra.

Para viajar no tempo aconselho a visita a estes dois lugares:

Monumento Natural das Pegadas de Dinossauros da Serra de Aire

Pela primeira vez vi pegadas de Dinossauros com cerca de 175 milhões de anos, parte do Jurássico Médio, são mais de 1000 pegadas que se interligam num caminho com muita história. Um percurso divertido e interessante por uma pedreira já desactivada.

2º  Praia Jurássica de S. Bento

 Visitei a esta praia com milhões de anos, descoberta em 2003 onde antes era uma pedreira, sem muita expectativa, quando cheguei tinha trabalhadores do ICNF a fazerem a limpeza do espaço juntamente com um geólogo que me fez uma visita com direito a algumas explicações. Em tempos normais os fósseis estão assinalados

Estes foi os que consegui encontrar:

Caminhadas:

Percurso Pedestre Fórnea

Um pequeno e agradável trilho por um vale, envolvido pela Serra de Ladeiras, Pena de Águia e Cabeço de Raposeiro. Depois de passar pelas oliveiras chegamos à cascata da ribeira da Fórnea ( que só tem água no Inverno).

Aos mais aventureiros aconselho a subirem até à Cova da velha, que é uma cavidade com uma nascente que alimenta o Ribeiro da Fórnea. Eu fui na época seca portanto não tive a sorte de vê-la com água.

Estrada Romana Alqueidão da Serra

Foi este o caminho que conduziu Nuno Álvares Pereira ao Campo Militar de S. Jorge na véspera da Batalha de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1385.

Construído entre os séculos I a.C. e I d.C. , é um caminho que nos permite contemplar os blocos de pedra espaçados e o equilibrismo que temos que fazer ao caminhar neles.

Aconselho e percorrer apenas o início do trilho que tem a estrada romana.

Muitas vezes através do instagram me perguntam onde ando, após verem vídeos incriveis dos sitios, e eu é raro dar coordenadas portanto hoje aqui vou desvendar a minha maior descoberta nesta viagem:

O canhão Flúvio-cársico dos Amiais, a Janela Cársica e o Sumidouro da Ribeira dos Amiais.

Tudo isto parecem nomes vindos de outro mundo e ao descobrir este sítio senti o mesmo, que estava noutro planeta.

Após as chegada à praia fluvial dos Olhos de àgua do Alviela  decidi explorar o PR 1 que indicava 1,5 km sem saber o que me esperava. 

Surpreendi-me com estas maravilhas geológicas.

O Sumidouro é o termo que caracteriza o local onde um curso de água desaparece da superfície e passa a correr subterraneamente. É o que acontece aqui, na entrada da gruta da Canada. A ribeira de Amiais penetra em calcários para só voltar à superfície 200 m mais adiante, numa ressurgência no início do canhão fluviocársico da ribeira.

Para vos explicar o canhão flúvio-cársico é resultado de processos de dissolução de rochas calcárias do Jurássico Médio, que, ao longo de milhões de anos, se foram moldando de acordo com a persistência e vontade das águas da ribeira dos Amiais. 

Dica: Este espaço é excelente para passar o dia entre banhos e a explorar os arredores!

No regresso a Lisboa é obrigatória uma paragem nas Salinas de Rio Maior, as únicas salinas no centro de Portugal em pleno funcionamento onde ainda é possível ver os trabalhadores com as mãos à obra.

É também um lugar curioso pois o mar situa-se a 30 km de distância mas a água chega sete vezes mais salgada que a água do mar, provém de um poço, após passar por uma jazida de sal-gema.

Há sempre uma razão para voltar, como fui numa época atípica visitar esta zona encontrei vários sítios fechados mas recomendo a visita:

-Ecopista de Porto de Mós

-Gruta de Alvados e as Grutas de Santo António

-Gruta de Mira de Aire

Dica pôr-do-sol: 

Retirei esta dica do artigo dos Vaga Mundos e fui ver com os meus próprios olhos.

Subi até ao miradouro das antenas da proteção civil, a seguir à aldeia da Bezerra, que tinham uma bonita para a zona oeste, num dia limpo dá para ver o mar e a Nazaré!

Esta viagem teve o apoio do Turismo do Centro Portugal

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