Fazer seguro de viagem?

‘’Aconselhas a usar seguro de viagem? Qual?’’

Até então tinha alguma dificuldade em sugerir um seguro de viagem barato e que valesse a pena, encontramos no mercado seguros com preços exorbitantes e que não incluem assim tanta coisa e outros mais em conta mas que se acontece alguma situação mais perigosa não valem de nada.

Eu fujo à regra as minhas viagens até hoje foram sempre sem seguro a pensar sempre que ‘’Só acontece aos outros’’ mas a verdade é que à medida que me fui cruzando com outros viajantes todos tinham seguros e inclusivo já os tinham usado. E ter seguro salva-nos de ter contas para pagar até ao resto da vida.

Por isso é uma despesa que têm que ter em conta quando vão viajar.

A melhor coisa que te pode acontecer depois de pagar o seguro de viagem é que nunca tenhas que o usar. Se no final for “dinheiro perdido”, será porque não precisaste dele durante a viagem, o que e uma notícia muito boa!

O caso de um amigo meu, passou-se na India:

Tudo começou com dores muito fortes na zona do estômago, de dores passou para febres altas e de febres altas para uma operação ao apêndice. Uma operação que sem seguro custaria mais 6000 euros, com seguro foi coberta, numa clinica privada.

Eu felizmente durante a minha viagem nunca tive nenhum azar de ficar doente a ponto de ter que usar um hospital, porém já senti necessidade de ir mas não fui porque a conta iria ser elevada e optei por ficar de cama e esperar que as dores passassem. NUNCA MAIS! É um conforto viajar com seguro! Por isso:

NÃO VIAJES SEM SEGURO DE VIAGEM!!!

Vou então falar-vos da seguradora IATI, uma seguradora pensada em ti viajante e para que a TUA viagem não se estrague por um azar de ficar doente, de ter um acidente, de ser roubado e outras tantas circunstâncias.

Quem é a seguradora IATI?

Desde 1885 no mercado e atualmente o seguro online mais comprado em Espanha.

Especialista em seguros para viajantes independentes – os seguros Iati foram desenvolvidos especialmente para viajantes independentes, aventureiros, mochileiros e oferecem todas as coberturas para que viajes sempre seguro e com tranquilidade para onde fores. Cobrem tanto viagens curtas de fim de semana como viagens de longa duração para quem está a planear a sonhada volta ao mundo, ou um ano sabático, além do seguro multiviagem para quem faz várias viagens ao longo de um ano.

Cobre todos os destinos e todos os tipos de viagens e atividades – tem seguros para todos os destinos, mesmo para países considerados mais perigosos. Cobre a prática de várias atividades e desportos. Também cobre viagens em cruzeiro.

Oferece as coberturas mais importantes num seguro de viagem – assistência médica no estrangeiro, transporte de um familiar em caso tenhas que ser hospitalizado, roubos e danos de equipamentos e bagagem, repatriação ilimitada.(Um custo elevadíssimo, por exemplo aqui na Guiné-Bissau que não há cuidados básicos de saúde se me acontece alguma coisa tenho que ser repatriada e tem um valor altissimo!!) Além de todas as coberturas necessárias para que viajes tranquilo como atrasos de voos, perda do passaporte ou documentos, localização de bagagens extraviadas, etc.

Quando o canter avariou!

Para quem gosta de se aventurar nas montanhas e em desporto radical! – cobrem 50 tipos diferentes de desportos radicais e de aventura. 

Cobre roubo de equipamentos ou danos causados pelo operador de transporte – câmaras e equipamentos eletrónicos ficam assegurados até 50% da quantia segurada sobre o conjunto da bagagem. 

Para quem viaja com computador e máquina fotográfica (como é o meu caso) vale a pena, já se imaginaram a perder todo um investimento?

Cá eu não me imagino a ficar sem a Go Pro (como já aconteceu), máquina fotográfica, telemóvel e computador!

Que tipo de viajante és?

Iati Básico – Seguro de viagem barato pensado para viagens de férias curtas ou escapadelas a destinos próximos.

Iati Standard – Seguro com cobertura intermédia ideal para viagens com destino aos países membros da União Europeia ou Sudeste Asiático em viagens por mais de 30 dias. Este seguro não inclui nenhum tipo de atividade física ou desporto, por isso atenção ao aluguer de motas e acidentes!!!! (A minha opinião pessoal, se vão para fora da Europa é optar pelo IATI Mochileiros)

Iati Estrela – O seguro mais completo e com as maiores coberturas do mercado português para países como os USA, Canadá e Japão, onde os custos de saúde são muito altos. Oferece cobertura durante a prática várias atividades e desportos.

Iati Mochileiros Pensado para backpackers que gostam de conhecer novos destinos e praticar desportos radicais. Um seguro completo, com coberturas amplas e especializadas para a prática de mais de 50 tipos de atividades e desportos de aventura. É importante considerar o aluguer de motas famoso no Sudeste Asiático e a quantidade de acidentes que acontecem!!! É o que aconselho a ti que arriscas, e que vais sentir adrenalina.

Iati Bloggers e Grandes Viajantes – Para quem faz viagens de longa duração entre 6 meses e 1 ano ou várias viagens durante o ano. Também cobre a prática de diversos desportos com a possibilidade de ampliar a cobertura e incluir atividades especializadas.

Adiconar foto nas montanhas

Exemplo de viagem de 30 dias pelo ‘’mundo’’:

Se tiveres alguma dúvida não hesites em contactar!

Já tens a tua viajem marcada? Se sim, estás à espera do quê para garantires a tua segurança??

Clica aqui e proveita os 5% de desconto por andares à minha boleia!

O refúgio de Dalai Lama

”Este post no blog é em honra de todos os tibetanos que morreram em prol de uma causa. Se temos voz para gritar, se temos mãos para escrever, se temos coragem, temos que Denunciar todos os arbítrios.”

Entrar no estado de Himachal Pradesh é como entrar noutro país, o destino foi Dharamshala, onde actualmente reside a sua santidade o 14º Dalai Lama e a maior comunidade de refugiados Tibetanos. Conhecida como ”a pequena Lhasa” em referência à capital do Tibet. É um lugar simples e pacífico como não poderia deixar de ser.

Tudo em redor era Budista, foi regressar de novo às montanhas e sentir-me em paz é estranho como a energia das montanhas se reflete tanto no meu comportamento. (Não fosse eu tatuar uma montanha)

Fui visitar o museu Tibetano e descobrir mais sobre a história deste país, agora governado pela China. É chocante como a invasão da Chinesa obrigou a milhares de Tibetanos a fugirem das suas casas e refugiarem-se em países vizinhos que lhes abriram as portas como a India, o Nepal e o Butão e tudo isto se passou à meros 50 anos e em realidade hoje em dia ainda acontece.

Viviam em paz e harmonia, no meio das montanhas e tudo foi destruído a força das tropas chinesas mataram milhares de inocentes, destruíram património, capturaram monges e fecharam este que era um paraíso do universo.

A Índia abriu portas e no estado de Himachal Pradesh actualmente vivem milhares de refugiados. Estar ali é em parte estar no Tibete, aquelas pessoas viram-se obrigadas a fugir do seu próprio país senão acabariam presas à ditadura chinesa.

Free Tibet.

De comboio pela Índia

Depois de andar à boleia, comboio é dos meus transportes preferidos para viajar, e aqui na Índia não tenho dúvidas disso. A rede de comboios é vasta e as cidades estão muito bem interligadas. As horas é que nem sempre são certas (quase nunca) os comboios poderão atrasar-se 1h, 2h, 3h, … 1 dia. Sim é possível. Até agora considero-me sortuda porque só tive um que se atrasou 6h.

Há comboios que cruzam o país e demoram dias e dias.

Opto por fazer as viagens sempre de noite em Sleeper class (a que aconselho a viajarem), é a classe onde vão todos os locais e há camas para passar a noite, não prometo uma noite bem dormida pois há sempre pessoas a sair e a entrar, as janelas não fecham bem e por vezes faz um frio de rachar, se o comboio estiver lotado certamente não encontraram o lugar vazio quando chegarem à vossa cama, pessoas a dormirem no chão.

Para quem gosta de viagens mais confortáveis e seguras poderá sempre optar pelas classes mais altas mas obviamente pagará mais por isso.

Durante uma viagem de comboio:

Através desta janela vejo um mundo tão desconhecido,

As janelas sempre me mostraram outra visão,

Desde a janelas de casa onde observo as pessoas que pela minha rua passam,

Às janelas do autocarro que mostram os flashes das paisagens e das longas estradas de alcatrão,

As janelas do avião, que dão outra perspectiva da paisagem,

E por fim à janela deste comboio onde me encontro, que percorre kilometros de terra pela India e isto faz-me ficar congelada a observar.

Uma janela aberta para o mundo, é o meu observatório preferido.

Jaipur e o mundo de Alladin

Jaipur foi a minha entrada no estado do Rajastão,  como eu lhe chamo, a terra do Aladdin, o descobrir de um mundo novo. Senti-me a sobrevoar a cidade rosa com o tapete mágico.

Jaipur é a capital do Rajastão e é conhecida como “A cidade rosa”, já que em 1876 o seu marajá (rei de cada estado) mandou pintá-la dessa cor, para a visita do Príncipe de Gales.

Os edifícios são todos avermelhados e com uma grande influência Árabe . As ruas são caóticas e passam todo o tempo a buzinar, ao passear pelos mercados não há vendedor que não me aborde.

É um choque de cores, de sons, de cheiros e de tudo. Um mundo que nunca vi, e estranhamente gosto. Ao final do dia chego de rastos e consumida mas feliz.

Explorar Jaipur foi uma surpresa, especialmente o Monkey Temple e Amber Fort que ao ir sem qualquer expectativa me surpreenderam.

Hawa Mahal

Não entrei no palácio porque era demasiado caro e viajando por largos meses tenho que fazer escolhas, mas tenho a certeza que a fachada da parte de fora era a parte mais bonita do palácio. Tem 953 janelas pequenas e a verdadeira intenção era permitir que as mulheres pudessem observar o dia-a-dia e os festivais sem que pudessem ser vistas, visto que tem que obedecer estritamente ao ‘’purdah’’ (ter a cara tapada).

Monkey temple (Galtaji) 

Um templo parado no tempo, construído entre as montanhas de Aravali a 10km Este de Jaipur, conquistado e habitado pelos macacos, faltam-me as palavras para descrever, mas as cores e a mística do lugar captaram a minha atenção. A pesar de ter sido deixado ao abandono e com pouco restauro o templo continua com uma beleza única.

Amber Fort

Este forte fica situado na cidade de Amer, nos aforas de Jaipur, mas merece toda a atenção, construído de pedra arenosa e mármore a sua beleza não vai desiludir também ele construído na cadeia de montanhas de Aravali.

É possível encontrar elefantes que fazem um pequeno circuito em torno do forte, mas eu como protetora dos animais não o fiz e apelo para não o fazerem, para não contribuirem para o mau-estar animal e quando viajem que pratiquem um turismo sustentável, antes de fazerem alguma actividade com a utilização de animais que se informem primeiro em que condição estão os mesmos. Por vezes há actos que valem mais que ‘fotografias ou likes no facebook.

O forte era um conto, foi perder-me pelos labirintos e descobrir os cantinhos mais preciosos.

Bazares e Portadas

Atenção aos viciados em compras por aqui ”é tudo 100 rupias!”  Aqui fica o aviso para não perderem a cabeça.

As portadas são magnificas e podia estar horas só observa-las.

A confusão de Jaipur encantou e as cores do Rajastão fizeram parar e absorver tudo!

01/12/2017

Desabafos p’las Annapurnas: II

12.10.2017

”Sou as pessoas que conheci”

Dou por mim a ver os dias passar num ápice e a não conseguir agarra-los, estar no meio desta imensidão enche a alma e completa tudo o que um dia aqui faltou.

Cada dia compreendo mais a magia dos himalayas a paz e a força da natureza que é algo intocável e inigualável.

Esfrego os olhos e pergunto-me se é real.

Como iniciei só esta viagem e terminei junto de 5 pessoas fantásticas.

Reencontrar algo que havia perdido está a poucos passos de distância, agora é alimentar todas estas boas energias e pensamentos e espalhar, partilhar com os outros, que tal como eu tenham a oportunidade de sonhar alto e de se realizarem. É tão bom quando podemos partilhar sorrisos e sonhos é tão bom sentir felicidade e paz no ar.

Se cada um escalar a sua montanha da vida aproveitando cada passo, sairá mais rico e de energias renovadas.

A minha montanha está a ser esta, mas em cada lugar há um sítio especial à nossa espera, temos simplesmente que sair, parar, olhar, sentir e entregar-nos ao mundo de alma despedida.

-Upper Pisang-

(3200 m de altura)

Até ao próximo desabafo 🙂

Tânger tornou-se especial | Marrocos

Esta aventura a Marrocos começou atribulada depois de 2 dias à boleia de Lisboa até Algeciras cheguei e os barcos não faziam a travessia até Tanger Med devido aos ventos fortes. Assim fiquei 1 dia parada naquela cidade onde pouco se faz, porém tive a sorte de ficar num hostel com ambiente familiar onde me trataram super bem.

Não queriam que me fosse embora, mas há dias assim, o chamado dia da despedidas. Acredito que deixamos sempre um bocadinho de nós por onde passamos e comigo levo parte deles.

Já no porto:

Filas e filas de pessoas que já estavam há 3 dias sem barco.

A entrada no barco estava demorada e a meu lado estava Filipe de prancha na mão, sozinho também, acabámos na conversa  e dei por mim já acompanhada até chegar a continente Africano.

A travessia foi morosa muita ondulação e antes de sair ainda tive que esperar 1 hora na fila para ter o passaporte carimbado!

O Ferry para em Tânger Med que fica a cerca de 50km de Tânger.

Fui até ao autocarro que apenas custava 7 Dhr (70 cent) no entanto não aceitavam notas e eu também não tinha moedas, tive a sorte de um senhor super simpático que também esperava o autocarro pagar-me eheh

Chegada a estação esperei 10 minutos pelo Achraf o meu anfitrião do couchsurfing, fomos de imediato deixar a minha mala a sua casa, disse que íamos de táxi (Achei-o muito fino inicialmente por andar de táxi mas depois percebi o esquema)

Fomos até à estação de táxis e entrámos num táxi com 5 pessoas lá dentro sim eu primeiro achava que já estava completo mas não 3 pessoas à frente e 4 atrás cada um paga 5 DRH (50 cent) e foi assim que nos transportámos todos os dias! Tipo sardinhas enlatadas .

Fomos logo jantar couscous com legumes e ele um peixinho frito.

Os colegas de casa do Achraf:

O Achraf acompanhou-me o Domingo todo e fez-me sentir como uma verdadeira local:

Pequeno almoço a 1 euro e pouco, uma sandes de queijo barrado com ovo cozido e um sumo de laranja natural.

Foi dia de clássico Barcelona-Real Madrid e fui assistir ao jogo a casa de um amigo Marroquino porém encontrei pessoas de todas as nacionalidades!

Posso dizer que os Marroquinos são loucos pelo futebol e foi um jogo muito intenso!

Fomos beber o típico chá ao café Hafa, bastante popular em Tanger pelo seu chá e pela vista em redor.

Só posso agradecer ao Achraf pelo fim-de-semana que me proporcionou em Tânger, de couchsurfing a um amigo super atento e simpático! Mais uma vez a minha teoria de que as pessoas tornam os sítios especiais confirma-se até uma próxima querido amigo.

Marta Durán

23.04.2017

Washington Dc

Fiz a mala e vim, fiquei em casa do Kengo (couchsurfing) que me recebeu de braços abertos na sua casa partilhada com a Bonnie e a gata Clyde. O Kengo esteve 3 anos na Namibia a fazer voluntariado. Diz que foram os melhores anos da vida dele aprendeu a falar alguns dialectos, a cozinhar com pouco e diz que deixou o coração em África e disso já é uma coisa que temos em comum. É meio Americano e meio Japonês, os pais são Japoneses mas ele nasceu cá.

Neste momento está a trabalhar em Dc numa firma de advocacia do ambiente ( não percebi bem o que fazia), a verdade é que trabalha demasiado… Os Americanos têm um grande ritmo de trabalho, trabalham horas a fio tem 30 minutos de almoço ( e é se têm) e só podem gozar de 17 dias de férias por ano (depende da empresa). Tive pena do Kengo e disse-lhe logo que aquilo não era vida.

O meu host Kengo

Washington é provavelmente dos sítios mais falados hoje em dia, pois é onde tudo está a acontecer neste momento, não se fala noutra coisa senão o presidente Trump. Bem não foi por isso que vim óbvio, porém devo confessar que foi interessante ver alguns protestos.

Tive a sorte de estar um tempo bestial percorri a cidade toda a pé! Fui a alguns museus e para minha sorte eram todos grátis!!! Se não fossem teria de pensar 2 vezes antes de entrar…

Esta escapadela deu para arejar a cabeça e tomar algumas decisões.

Tive a oportunidade de rever uma amiga de Macau que foi brutal!!!! Há coisas incríveis de Macau para Washington… fiquei tão feliz quando a vi, ainda por cima foi uma ajuda preciosa durante a minha estadia por lá.

Agora de volta a ”casa” e pronta para outra saída 🙂

10.02.2017

Marta Durán

Budha em Viena

Esta viagem por mais Europeia que seja tem sido super espiritual, desta vez tive a sorte de ser hospedada por Rainbow, uma senhora que nasceu no Tibete mas por causa da guerra teve que fugir e acabou na Suíça, anos mais tarde decidiu ir viver para Viena onde hoje é terapeuta e massagista.

Quando entrei em casa senti-me em paz, o cheiro a incenso a imagem de Mahatma Ghandi e outros monges. Recebida com um abraço forte e 2 beijinhos, quando esta mulher falava transmitia uma paz enorme… contou-me histórias incríveis.

Além de mim e da Mafalda estavam mais couchsurfers, um Indiano, um Americano e o Alex um Romeno. Tal vai a misturada!

O Alex veio explorar connosco a cidade, tudo a pé! Queria ele que comprasse um passe diário de 7 euros.

‘’Oh amigo a sola do meu sapato ainda não está gasta, consegue andar a cidade toda.’’

E assim foi percorremos a cidade toda a penantes e não tenho uma opinião muito concreta sobre Viena, tem edifícios lindíssimos e com uma arquitectura diferente e antiga. Apanhámos muitos mercados natalícios o que enriquecia mais a cidade!

20/11/2016

Marta Durán

Deve ter muito dinheiro!

Não vos julgo, eu própria achava que quem viaja é porque só podia ter muito dinheiro.

E na verdade há quem viaje com muito dinheiro para gastar, mas eu não sou assim, além de não poder não tem tanta piada.

Cá eu não sou rica, aliás sou, mas não nas minhas economias. Desde sempre aprendi a poupar, aniversários, Natal, Páscoa, dia da criança, na verdade tudo era desculpa para receber prendas, e eu aproveitava sendo a única coisa que queria receber era: Dinheiro e chocolates. Nunca ninguém sabia o que me oferecer, então o mais fácil era sempre dinheiro.

Poupava sempre com algo em vista, nunca gostei de pedir  à minha mãe, tentei sempre arranjar maneira de ter algum dinheiro, fiz figurações (sim ia bater palmas para os programas da manhã) e ainda trabalhei num café .

Isto para dizer que sempre fui muito poupadinha.

Os meus amigos já me conhecem, não gosto de gastar dinheiro porque estou sempre a pensar na próxima viagem, e cada almoço fora é no mínimo menos 1 dia de viagem. O primeiro passo é esse mesmo, fazer escolhas no nosso dia-a-dia, levar almoço de casa, não ir jantar tantas vezes fora, deixar alguns vícios de lado.

Durante o último ano estive a trabalhar nos tuk tuk em Lisboa, enquanto estudava ganhava uns trocos, guardei cada cêntimo no meu porquinho migalheiro (como diria a minha avó Maria), e conseguir criar um bom fundo de maneio para uma possível viagem…

Neste momento em viagem há 3 semanas e 2 dias e ainda não paguei nenhuma estadia, agradecendo desta maneira aos amigos espalhados pela Europa e aos hostsurfers, o transporte como já sabem é sempre em boleias, Alimentação? Bem por vezes fecho a boca e não se come, outras vezes as pessoas genuinamente oferecem comida e outro facto que tem ajudado na carteira é a opção de comer vegetariano. Uma mudança que optei por fazer nesta viagem, pelo menos ir tentando. E da qual estou muito orgulhosa pelo progresso que fiz.

É preciso pouco para viajar em “low budjet”, tenho um orçamento diário de 5 euros, na verdade é raro gastar 5 euros por dia. Gasto mais em Lisboa do que em viagem.

Incrivelmente onde tenho gasto mais dinheiro é em cappuccinos, não peço café porque é o mesmo preço e pelo menos o cappuccino tem mais quantidade! É uma bebida quente que dá acesso ao wifi e me protege do frio exterior.

Com este post pretendo transmitir que não é preciso ser milionário para viajar, para explorar e para saborear desta maneira a vida. É preciso esforço sim, bastante, não é tão fácil como parece. As boleias são muito giras, mas quando se tem que esperar 2 horas por alguém ao frio também desmotiva, dormir poucas horas, andar ao frio a visitar a cidade de mochila às costas também é brutal mas cansa, ao fim de vários dias ando exausta, mas sabe bem este cansaço. Longe do conforto da nossa cama, dos nossos amigos e da nossa família… Nem tudo é fácil. Mas o fruto final vale a pena.

Por isso poupem e venham.

”Travel is never a matter of money but of courage” 

11/11/2016

Marta Durán

Konstanz, uma espécie de abrigo

Antes de falar de Konstanz vou-vos falar da Rita. A Rita é uma amiga que conheci no GASTagus (grupo de voluntariado), e como hei de começar a descrever esta rapariga? Uma pequena grande Mulher, aventureira, perseguidora de sonhos, apaixonada, sorridente sim aquele sorriso impossível de esquecer, e uma paz interior que me contagia. Bem, esta é parte da Rita, mas não há palavras que a descrevam só tendo a sorte de a conhecer.

Ela não sabe, mas, antes de decidir fazer esta viagem, a Rita foi das primeiras pessoas a quem recorri, sabia que me ia aconselhar e acalmar ‘’Miúda relaxa, vai correr tudo bem’’ disse. Após trocar umas palavras, decidi marcar a viagem, procurei de Lisboa para ‘’Qualquer destino’’ e calhou ser Genebra o destino mais barato para a semana a seguir, 39 euros foi o preço do bilhete.

Talvez seja o destino ou simplesmente coincidências da vida, era onde a Rita estava a viver de momento.

Bem, voltando a Konstanz, uma cidade na fronteira com a Suíça, aqui estava a Rita de passagem a visitar um amigo, convidou-me para passar uns dias com ela e com o pessoal, e assim foi.

Cheguei, recebida pelo sorriso e um abraço acolhedor da Rita, fomos para ‘’casa’’. Estava mega cansada e a ficar doente, felizmente hoje era dia de ‘’cuddling’’, han? Sim também fiquei assim, fomos ver um filme com o Mauro e a … quentinhos, e juntinhos e isto se chama ‘’cuddling’’, estão a imaginar? Uma cama, quente, almofada, manta e uma bruta de uma constipação… obviamente que adormeci e soube pela vida.

Foram 3 dias em paz, em desabafo e rodeada de pessoas com boas energias.

No segundo dia fomos para as montanhas, eles foram escalar e fazer highllining… e ainda dizem que eu sou maluca!

Ficámos lá o dia todo, estava um sol de inverno acolhedor, dormi, relaxei, escrevi e li, aliás acabei de ler ‘’Encontros Marcados’’ de Gonçalo Cadilhe oferecido pela minha grande amiga Capella, e de facto os encontros que estavam à minha espera tem sido surpreendentes e espero que continuem a ser. Há dias que nos preenchem e que nos deixam mais calmos e este foi um deles.

Assim terminava esta minha passagem por este cantinho do mundo, Constança (em Português).

Obrigada à Rita pelos desabafos, pelas lágrimas, pelos risos e maluqueiras espero encontrar-te por aí, algures…

O que torna os sítios especiais são as pessoas.

Já de saída, mala às costas, despedidas feitas… fomos em direção ao supermercado comprar comida para a viagem, pão, fruta e água.

UPS!! RITAAAA, ESQUECI-ME DE 4 CUECAS NO ESTENDAL!! – disse eu mega preocupada

Temos que voltar? Tens muitas cuecas ainda? – Responde Rita calmamente

Epah…. devo ter outras 4 … mas não chega tenho mesmo que voltar… mil desculpas– respondi eu mega preocupada

Tranquilo, Marta, não faz mal as cuecas são importantes! – Diz Rita calmamente

Voltámos num pronto e metemo-nos à estrada com as cuecas já na mala.

Apanhámos o ‘’free’’ bus, incrível como tudo é grátis, até ao ferry. Já no ferry, com um cartaz a dizer Munich, percorríamos carro a carro a sorrir e a mostrar o nosso destino, já tínhamos passado todos os carros e a esperança era escassa. Até que numa carrinha com 2 homens lá dentro, vemos um fixe! E que alegria eles iam diretamente para Munich eram quase 3h de viagem.

A Rita ia para Kempten que ficava antes de Munich mas veio connosco atrás na carrinha!

Eram motars, o Woolf e o Mike, cobertos de tatuagens ‘’sangre por sangre’’ dizia na mão de Mike. Já tinham visitado Portugal nas suas viagens à volta da Europa com as suas Harleys Davinson, obviamente que gostarem do vinho do Porto, e Sagres (a cerveja).

Foram 3h de conversa sobre tudo, viagens, motas, cerveja e até sobre droga!

Deixámos a Rita pelo caminho, um abraço apertado e um até já.

Chegámos, um abraço forte e vemo-nos por aí algures na estrada.

HELLO MUNICH! A Marta chegou!!

24/10/2016

Marta Durán